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 Pesquisadora lança guia da diversidade cultural dos cemitérios de SC

Uma pesquisadora lançou um guia que lista as características e histórias de mais de 30 cemitérios de Santa Catarina. Para a doutora em história cultural Elisiana Trilha Castro, esses locais refletem a diversidade da colonização catarinense. "Se há um estado que há um patrimônio singular quando a gente lida com patrimônio cultural funerário é Santa Catarina", disse ela ao Jornal do Almoço deste sábado (5).

Há 15 anos, os cemitérios de Santa Catarina são objetos de pesquisa de Elisiana. Ela tem resgatado a história desses espaços e percebido que a diversidade cultural da colonização influencia, inclusive, como a população se despede de parentes e amigos.

"A gente não tem esses grandes cemitérios monumentais, mas a gente tem uma coisa que é muito rica: é uma diversidade arquitetônica e uma diversidade ritual muito grande, que é fruto da formação do nosso estado. Várias colonizações, vários grupos que aqui se instalaram, cada um com a sua prática, com a sua forma de ver a vida e a morte", afirmou a pesquisadora.
Cemitérios pelo estado

A história do cemitério São Francisco de Assis, em Florianópolis, é relacionada com as restrições religiosas sofridas por quem não seguia o catolicismo no fim do século 19. No local, existe um espaço dedicado à comunidade alemã, com inscrições nos túmulos na língua dos imigrantes.

"Os desenhos das peças que a gente vê por aqui são características de alemães. E também onde o alemão chega, ele planta pinus", afirmou o presidente da Associação da Comunidade Alemã, Ivo Laudelino da Luz.

Em Irani, no Oeste, um cemitério está ligado à história bélica de Santa Catarina. Lá, estão enterrados militares e vítimas da Guerra do Contestado, muitos sem identificação, apenas com uma simples cruz de madeira.

Em Blumenau, no Vale do Itajaí, há um cemitério de gatos, que foram enterrados entre os anos de 1920 e 1960. Esses animais foram as últimas companhias de Edith Gaertner, descendente do fundador da cidade.

Patrimônio Histórico Nacional

O cemitério do imigrante de Joinville, no Norte do estado, foi criado em 1851 e é o único de Santa Catarina tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional. Nesse lugar, eram enterrados os luteranos, por isso não há imagens de santos.

Quanto mais alto no morro, mais túmulos de pessoas que foram influentes na fundação da cidade. É o caso de Ottokar Doerfell, o terceiro prefeito de Joinville. Ele foi sepultado no topo do morro em 1906, anos depois da esposa, Ida.

"Também temos escravos sepultados aqui, mas já naquela época havia diferença entre as raças. Então eram enterrados bem no fundo do cemitério", afirmou o voluntário do Cemitério do Imigrante Nivaldo Seibel.

Um ambiente bucólico formado por túmulos em alvenaria e grades de ferro. O cemitério tem recebido até algumas restaurações. É essa preservação que Elisiana tem buscado, que lançou o guia junto com a Fundação de Cultura do estado. "Tem que preservar, com certeza", afirmou a pesquisadora.


Data de Publicação:  5/8/2017    Fonte: Por RBS TV


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