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Vereador quer lei para rodízio entre funerárias em Itapecerica |
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Após o início das investigações da Polícia Civil sobre um possível esquema de corrupção envolvendo funcionários da Santa Casa de Misericórdia e uma funerária de Itapecerica, dois vereadores do município propuseram um projeto de lei para regulamentar um rodízio de funerárias na cidade, já que a suspeita da polícia é que haja favorecimento a um dos estabelecimentos. Segundo o vereador Romulo César Campos Vieira (PSDB), que propôs a medida, o projeto só foi aceito pelo vereador Gilberto Marcolino da Silva (PTB). A justificativa dos demais foi que o projeto é incostitucional. “Quando entrei com a proposta sabia que era incostitucional, porém achei que contaria com a sensibilidade do prefeito em sancionar o projeto. Os vereadores acharam por bem que o projeto fosse retirado", disse.
Ainda de acordo com Rômulo, após ser dado como inconstitucional, a medida foi transformada em um anteprojeto que será encaminhado ao Executivo na próxima semana. O vereador Gilberto Marcelino, que apoiou a iniciativa, disse que chegou a tentar uma conciliação entre as funerárias. "O que eu queria com o projeto era resolver o impasse entre as funerárias, que já tem causado muita polêmica na cidade. Durante uma reunião de comissão para discutir o projeto, tentei um acordo com as duas funerárias de forma livre, para prestarem o melhor atendimento à população. Mas, não houve nenhum acordo. É saudável a livre concorrência. A população ganha com isso”, destacou. De acordo Marco Antônio de Marais, que é dono de uma das funerárias, o estabelecimento está na cidade há oito meses. Neste período, segundo ele apenas, oito serviços foram prestado a famílias que tiveram parentes falecidos na Santa Casa. "Achamos que há de fato um incentivo por parte de alguns funcionários para que as famílias escolham a prestação de serviço da outra funerária", disse. Marco Antônio afirma que a maioria dos serviços é destinada para a concorrente. O G1 entrou em contato com o dono da funerária investigada, mas ele se recusou a falar do assunto e disse que somente o advogado dele se posicionaria, contudo ele não passou o contato do advogado. Investigação De acordo com o delegado que está a frente das investigações, Thiago Albuquerque Vasconcelos, o dono da funerária pagava por indicações nos casos de mortes na unidade. Segundo ele, alguns funcionários confessaram o favorecimento. Procurada pelo G1, a Santa Casa não quis se manifestar sobre o assunto. Ainda de acordo com Vasconcelos, as investigações começaram há um mês e cerca de 10 pessoas já prestaram depoimentos. O delegado contou que a polícia foi procurada por outra funerária que começou a prestar o serviços na cidade. Em depoimento, os donos do local disseram que tentaram se estabelecer no Município, mas tiveram dificuldades. "Eles então tomaram conhecimento de que possivelmente existia um acordo prévio entre os funcionários da recepção da Santa Casa e a funerária. Por exemplo, quando uma pessoa falecia na unidade, os funcionários indicavam ou telefonavam diretamente para essa funerária, que está há mais tempo em Itapecerica", explicou. De acordo com o delegado, a maioria dos óbitos eram repassados para a funerária investigada. "Se ficar comprovado o esquema , os envolvidos poderão responder por corrupção passiva e ativa, neste último caso, se enquadra o dono da funerária que supostamente ofereceu dinheiro para funcionários da recepção e eles receberam esses valores", disse Vasconcelos, que apura a participação de mais pessoas no esquema.
Fonte:
do G1 - Centro-Oeste de Minas
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