O Serviço
Social surge dos movimentos de filantropia, e sua atuação metodológica
pautou-se por muito tempo no assistencialismo. No Brasil, sua história
inicia-se em 1932 com o Curso Intensivo de Formação Social, abrindo espaço
para a implantação da primeira escola de Serviço Social de São Paulo em
1936. Com a Era Trabalhista e os Círculos Operários, percebe-se a necessidade
do assistente social atuante junto à empresa, enfatizando-se a contratação,
com o aceleramento da industrialização, nas décadas de 60/70. O assistente
social uma vez inserido neste campo de trabalho passa a intervir como mediador,
trabalhando pressupostos básicos da natureza humana e condições de garantir
produtividade satisfatória, porém de forma gradativa, respeitando todo um
processo de aceitação e adaptação.
Entretanto,
neste contexto, o profissional sempre se viu limitado, considerando-se a imagem
e a motivação do empregador com relação ao serviço social, em todos os
campos de atuação. A associação errônea entre assistente social e prática
paternalista sempre foi uma constante e essa postura somente poderá
dissociar-se definitivamente se a própria classe profissional atentar-se em
mostrar através de seu trabalho prático e objetivo a validade social de sua
intervenção na sociedade.
Na verdade,
o profissional do Serviço Social, através do seu conhecimento
especializado, técnico, auxilia indivíduos, grupos e comunidade a usarem
suas próprias iniciativas para conseguirem maior harmonia entre
necessidades do homem e do meio ambiente usando de habilidades próprias, tais
como:
- capacidade de ouvir e
observar situações - problema;
- capacidade de lidar com
pessoas em situações de cooperação ou conflito;
- capacidade hierarquizar
problemas e alternativas de solução, necessidades e recursos;
- capacidade de capacitar, organizar e gerir pessoas;
capacidade de utilizar técnicas de discussão,
reflexão e de ajuda psico-social, entre muitas outras.
O assistente
social atua como um estrategista, oportunizando recursos, descobrindo
potencialidades, trabalhando o fortalecimento da auto-estima, instigando a
criatividade, assimilando novas tecnologias mediante o uso da sensibilização,
promovendo mudanças, auxiliando na tomada de decisões.
O assistente
social como profissional da área de Administração de Recursos Humanos (ARH),
implanta o serviço social numa empresa através de um planejamento pautado na
investigação e análise diagnóstica desta, operacionando-o posteriormente em
vários níveis da organização.
A ação
profissional do serviço social do trabalho em empresa, relaciona-se
intimamente com o desenvolvimento organizacional, buscando o equilíbrio
dinâmico, no qual o assistente social de empresa colabora com a administração
da empresa, intervindo nos fenômenos sociais que tenham relação com a
situação "ser humano - trabalho", favorecendo juntamente a
participação do colaborador, atentando-se para suas opiniões, englobando seus
conhecimentos em prol do desenvolvimento organizacional como um todo, uma vez
que é este colaborador, em grande parte, o responsável pela realização do
trabalho de forma satisfatória.
O assistente
social também deve ser o responsável pela garantia dos encargos sociais
compulsórios da empresa na qual atua, bem como pelo incentivo e criação dos
liberais. Os setores de atendimento às necessidades básicas humanas, de
educação, de segurança social, de atendimento às necessidades de relações
sociais, comunicação sociais, economia social, desenvolvimento cultural,
integração social, entre diversos outros, devem ser trabalhados pelo
técnico de Serviço Social, objetivando mediante o conhecimento da
realidade com expectativas e necessidades, suprir problemas de forma integrar e
possibilitar a construção da dignidade humana na relação estabelecida entre
a empresa, o empresário e os seus colaboradores.
Desta forma
podemos observar nitidamente os benefícios trazidos pelo Serviço Social junto
à empresa:
- nova visão da empresa perante a comunidade;
- dignificação da pessoa humana;
- humanização profissional no atendimento seja aos
colegas de trabalho como às pessoas que procuram pelos serviços da empresa;
- desenvolvimento do ciclo motivacional e
consequentemente da produtividade;
- conhecimento real das necessidades das pessoas que
solicitam o trabalho das empresas / colegas de trabalho;
- busca constante de novas atividades;
- promoção de marketing e endomarketing;
Kety Cristina Boralli
Assistente Social do Grupo Unidas -
Piracicaba
Colaboração do texto: Uma
Contribuição ao Estudo do Serviço Social em Empresas.