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Fol - Forum - Protocolos de Tanatopraxia
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 ABT - Assoc. Brasileira de Tanatopraxia
 Protocolos de Tanatopraxia
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paulocoelho
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Mensagem Original
Postado - 19/07/2009 :  21:14:42  Mostrar Perfil  Visitar paulocoelho's Home page  Resposta com citações
Alguns de forma equivocada acreditam que este procedimento é apenas o ato de injetar liquido conservante em artérias, retirando fluidos corpóreos por veias, aspirar cavidade torácica e abdominal e injetar liquido conservante nestas últimas citadas, mas isso é um grande engano.
O procedimento de Tanatopraxia é uma pratica que requer estudo do caso concreto a ser realizado, mas para tanto se faz necessário que o executor seja mais que um aplicador de líquidos, deve conhecer anatomia, biologia, ter noções de química, alem de conhecer minimamente procedimentos legislativos específicos ao trabalho realizado.
Se bem treinado até mesmo um primata poderia ser um pratico em Tanatopraxia, uma vez que criar acesso e encontrar artérias e veias é simples, controlar a entrada e saída de líquidos também, assim como a aspiração vendo meia dúzia de vezes é possível se executar, contudo estamos falando de um procedimento complexo, em um cadáver humano, que por erro em sua aplicação pode deformar a pessoa falecida, causando constrangimento para a família e um monstruoso processo para a empresa funerária.
Recentemente dois casos envolvendo a preparação de cadáveres chamaram a atenção do noticiário brasileiro nesta última semana, o primeiro foi fechamento de uma empresa nos EUA por ter cortado as pernas de um cadáver a fim de possibilitar que este entrasse na urna funerária, tendo em vista que este media mais de 2 metros de altura e a empresa não dispunha de urna adequada para tal fim. O outro caso ocorreu na Capital Gaucha, onde por pouco uma empresa não remeteu ao exterior um cadáver com drogas alojadas em seu intestino.
Este caso ocorreu por que o cadáver que estava chegando em Porto Alegre trazendo a droga do Paraguai faleceu por emorragia cerebral, fato que mesmo tendo sido encaminhado ao DML (Departamento Médico Legal), e submetido a necropsia não foi possível identificar a droga no intestino do falecido, tendo em vista que o legista buscava determinar a “causa mortis” tendo como principio o encaminhamento por parte do médico que o encaminha por causa determinada, desta forma seguindo o protocolo o exame é pontual pela causa apontada pelo médico clinico que tratou quando no Hospital.
Na empresa funerária foi localizada a droga para a surpresa geral, e o proprietário deu declaração para o jornal Zero Hora dizendo “ – Imagina se meus funcionários não encontram a droga e o caixão é levado para o aeroporto e lá acham as cápsulas? Quem iria se incomodar seria eu!
De fato ao localizar a droga no aeroporto ou outro local deveria haver muita incomodação para a empresa funerária, mas isso apenas porque os protocolos de translado internacional não estavam sendo respeitado e nisto vai um alerta a todos os envolvidos, quais sejam: ANVISA, Secretaria Estadual da Saúde, Secretaria Municipal da Saúde, Policia Civil e Policia Federal, Central de Atendimento Funerário de Porto Alegre e Comissão Municipal de Serviços Funerários, alem das normas de preenchimento de Ata médica que deve constar nesta: “evisceração total do cadáver” preenchida toda a da mesma maneira, ou seja, por computador, ou toda a Caneta e o principal a forma correta de execução do serviço, que deve ser da seguinte forma: evisceração total do cadáver com retirada total do sistema digestivo, iniciando-se na língua até o reto, com retirada de todos os órgãos além claro do cérebro.
Lembramos que para execução deste procedimento alem da autorização habitual para o procedimento, a empresa funerária deve também obter autorização especial para descarte do material retirado, remetendo para empresa especializada em coleta de lixo hospitalar.
Estas questões devem ser discutidas em cursos de Tanatopraxia, na parte da legalidade de procedimentos e documentos, tendo em vista que por falta de instrução a empresa pode ser penalizada.
Lembro-me de uma ocasião que estava enviando um cadáver para a Alemanha, ficando responsável também pelo envio das bagagens, o procedimento estava todo dentro do padrão e como foi executado seguindo todos os protocolos não havia o porquê se preocupar, ocorre que as malas estavam chaveadas e por não termos motivo para abri-las assim permaneceu até chegar ao aeroporto, quando o agente da Receita Federal ordenou que eu abri-se as malas, lembro do comentário, se houver qualquer coisa errada ai dentro é tua responsabilidade, ponderei que com o corpo eu sabia que estava tudo certo, mas quanto às malas, não sabia de nada... Ao iniciar a abertura, foi determinado que medicamentos fossem descartados, assim como perfumes e desodorantes, que foi colocado no lixo ali mesmo; na segunda mala das três que haviam, foi encontrado enrolado num em jornal um material em forma retangular de consistência dura, na cor branca... não preciso dizer que fiquei congelado... mas ao desembrulhar verificamos que se tratava de um quadro em gesso do Santa Ceia, o Agente ainda comentou, “ essa foi por pouco”, o falecido um senhor de quase 70 anos de idade, que viajava com um grupo de amigos, não levantava suspeita, mas se outros estivessem aproveitando para no meio de sua bagagem remeter algo para a Europa.
Bem a lição foi que sendo imprescindível este serviço de despacho de malas, o faríamos, mas com muita cautela, abrindo a mala na presença dos responsáveis e conferindo item por item a ser enviado, caso contrario não nos responsabilizaríamos por tal tarefa.
Lembro de outra situação onde uma grande empresa da Capital Gaucha mandou um cadáver para os EUA e por não terem executado o procedimento de forma correta, o gerente e o embalsamador ficaram proibidos de entrar naquele País, pelo que soube foi porque não retiraram o cérebro do cadáver, questão primaria, tendo em vista que todos sabem que este órgão é um dos primeiros a se decompor, desta forma o cadáver chegou sem condições de velório, o que logicamente nos remete mais uma vez as questões acadêmicas que devem ser melhores aplicadas ao se voltar dos cursos.
A execução destes procedimentos por práticos nos leva a este tipo de situação, não que ter um técnico nos garanta cem por cento de certeza que os procedimentos sejam eficazes, mas é muito mais provável que isso ocorra de forma correta por um técnico do que por um pratico como pudemos perceber no caso acima citado.
Se fossem utilizados os protocolos adequados, o máximo que ocorreria seria a empresa, deste caso relatado no jornal desta semana, mandar para incineração ou autoclavagem a droga que estaria no intestino do traficante, mas de nenhuma forma seria mandado de volta para o País de origem ou detectado pela Policia Federal, uma vez que não cabe a empresa funerária encontrar drogas em corpos, ainda mais que ao localizar pode pairar desconfiança da quantidade encontrada e quantidade informada.
Fica um alerta para as autoridades constituídas para verificar quem faz, que tipo de procedimento e de que forma estão fazendo, tendo em vista que trafego de cadáver pelo que foi noticiado no passado ocorre, e em busca de dinheiro “fácil” poderá alguma empresa com diretores inescrupulosos ou funcionários mal intencionados passar a utilizar os cadáveres como “mula”. Dentro desta situação uma velha sugestão para que o translado de cadáveres seja restrito a empresas da cidade do óbito, empresa da cidade onde será sepultado, ou empresa da cidade da liberação do cadáver, permanece latente.
Para quem não sabe desta situação relato rapidamente: Cadáver falecido em Viamão-RS, Necropsiado em Porto Alegre-RS, transladado autorizado para Erechim-RS, transportado por empresa de Canoas-RS, entregue a outra empresa em Passo Fundo-RS, interceptado na cidade de Jacarezinho–PR, com destino a Universidade do Litoral de São Paulo, fato importante, documentos de translado e certidão de óbito falsos, outro fato - cadáver que tenha falecido por causa suspeita ou violenta não pode ser doado para Universidade – Lei das doações de cadáveres para fins de estudo -, o familiar também era falso, e para terminar: foi dito que o cadáver estava sem o cérebro quando segunda necropsia realizada no Paraná.
As perguntas que ficam, para onde vai o nome da empresa funerária envolvida neste tipo de escândalo, e é isso que queremos para nosso segmento.
Treinamento e controle dos protocolos de execução dos serviços, isso faz com que seja possível minimizar os riscos que envolvam este trabalho tão importante, que é uma mistura de arte com ciência.
Acesse www.paulocoelho-consultoria.blogspot.com

Saúde e Paz
Paulo Coelho
ABT
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