Farei menção a uma pessoa cuja história conheci apenas através da imprensa. Seu caso é emblemático: a senhora Lucia Araújo, mãe de filho único, o cantor Cazuza, foi forçada a acompanhá-lo numa trajetória amarga, quando descobriu-se que ele fora acometido pelo HIV. Filho músico, irreverente, rebelde, liberto de convencionalismos, muito criticado e vítima de ainda maior preconceito após explicitar sua grave condição de saúde. A mãe nunca o abandonou e, depois que o perdeu, transformou a dor em energia propulsora para salvar outras vidas.
Ao contrário de Cazuza, rapaz abastado que pode contar com os melhores recursos médicos no intuito de salvá-lo, muitas crianças contaminadas pelo HIV não dispunham de condições materiais e sociais mínimas para lutarem pela vida. Lá foi essa obstinada mãe enlutada transformar o mundo e afirmar a todos que “o tempo não para”. Criou a ONG Viva Cazuza, cuja história poderá ser conhecida através do link
www.vivacazuza.org.br/sec_quem_somos.php?sec=11. E assim a morte foi vencida, transmutada em esperança de vida para muitas crianças. Tudo foi construído a duras penas pelo esforço de uma obstinada mãe em luto...