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   Mais Saudáveis



Correr ajuda a manter as mulheres dentro de padrões ideais de saúde e bem-estar. Além disso, podem ficar mais belas e felizes

Um estudo realizado pela Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, em 2002, mostrou que a solução é simples: 60% a 70% das mulheres pesquisadas que iniciaram a prática da corrida diminuíram os sintomas da TPM, com o aumento da taxa metabólica basal. Além de diminuir os males causados pela TPM, as alterações provocadas pela corrida tornam as mulheres mais saudáveis.

O esporte é capaz de fazer com que as mulheres fiquem na faixa de normalidade em relação à pressão arterial, IMC (índice de massa corporal), glicemia e colesterol. O resultado é ganho em saúde, pois gera grandes estímulos no organismo. Quem afirma é Fábio Torres, médico cardiologista que atua no centro de reabilitação cardiopulmonar da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) e responsável pela ergoespirometria do Hospital São Lucas da mesma universidade:

“Para as mulheres que já possuem bom condicionamento físico, a caminhada ou atividades muito leves não conseguirão obter índices satisfatórios. Nesse caso, precisam ultrapassar limites do limiar anaeróbico 1, para ganhar no sistema cardiovascular”, afirma Torres.

Muito melhor para as corredoras
De acordo com José Kawazoe Lazzoli, cardiologista especialista em medicina do esporte e presidente da SBME (Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte), mulheres que praticam esporte têm cerca de cinco vezes menos chance de ter hipertensão comparadas a sedentárias. “E mais, a corredora com atividade de três vezes por semana gasta cerca de duas mil kcal por semana, o que diminui muito a chance de desenvolver doenças cardiovasculares”, explica Lazzoli.

Com a prática de uma atividade aeróbica como a corrida, também ocorrem alterações nas enzimas do fígado, que favorecem o aumento do HDL — o “colesterol bom” —, que retira a gordura das artérias. “E também a perda de peso gerada pela corrida é capaz de diminuir a quantidade de gordura no organismo”, acrescenta o cardiologista.

No quesito glicemia, a corrida ajuda seus níveis a ficarem estáveis, principalmente para portadores de diabetes do tipo 2, também chamada de diabetes da meia-idade, que dificulta o transporte de glicose pela corrente sanguínea. “A prática esportiva ajuda a melhorar os receptores de insulina nas células, que é defasado em pessoas diabéticas”, diz.

E mais: “Com mais força na circulação, diminui a pressão arterial e evita-se a sobrecarga no coração e, conseqüentemente, o infarto. Por isso a prática esportiva é usada no tratamento de hipertensão”, completa o cardiologista Torres.

Análises clínicas na prática
No dia anterior a uma corrida feminina em 2008, foram realizados 278 testes de screenings (ou seja, um check-up simplificado) para avaliar pressão arterial, IMC, glicemia e colesterol. Graças a uma vida ativa, os resultados médios da maioria das participantes foram considerados excelentes.

Quem os analisou foi o presidente do Departamento de Ergometria e Reabilitação da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) Ricardo Vivacqua. “Considerando que a maioria das corredoras tem entre 30 e 34 anos, tais resultados denotam que a pressão arterial está estável em decorrência da prática da corrida. O colesterol está excelente e o índice de massa corpórea está dentro dos padrões normais”, afirma Vivacqua.

Para Carlos Soares, responsável pelos programas de medicina preventiva da Omint (empresa de planos de saúde), especialista em medicina preventiva, administração em serviços de saúde e bioética, esses check-ups devem ser feitos sempre para analisar os resultados isoladamente, pois um IMC na faixa normal não isenta a mulher de uma alta taxa de colesterol. Soares ainda compara o corpo a um carro, que sempre necessita de revisão.

“Quem pratica esportes também está sujeito a problemas. Por isso, a importância dos exames. Identificando alguns distúrbios, basta um ajuste na dieta ou no treinamento, para evitar doenças e acidentes mais graves”.

Além de saudável, mais bonita
Lazzoli acrescenta que o coração é o primeiro órgão a se beneficiar com a corrida. Em seguida, o cérebro tem melhorias no funcionamento. O esporte praticado regularmente inibe a atividade do neurotransmissor receptor de serotonina, que causa depressão. Isto é, a corrida ajuda a evitar distúrbios de humor, além de deixar a mulher mais disposta.

A aparência também melhora devido à melhoria da qualidade do sono, pois os níveis de estresse são diminuídos no dia-a-dia. Para completar a beleza da pele, a circulação sanguínea melhora a distribuição de nutrientes e sais minerais, deixando-a com mais brilho e livre de toxinas.

Por fim, a corrida, por conta do impacto, influencia a densidade óssea, aumentando-a, e, assim, ajuda a combater a osteoporose, problema que atinge um grande número de mulheres.

Faça o seu teste
Para ter certeza de que a saúde está em dia, se a pressão arterial, o IMC, a glicemia e o colesterol estiverem dentro da média estabelecida como normal, indicam que a pessoa corre menos riscos de ter doenças cardiovasculares e de desenvolver diabetes. Esses valores dentro do normal indicam que não há acúmulo de gordura subcutânea e risco de se depositarem nas artérias, menos açúcar circulando no sangue e sistema cardiovascular mais eficiente, a menos que a mulher tenha uma predisposição genética muito acentuada.

Índices de normalidade
Pressão arterial: 10 x 6 mmHg (média)
IMC: entre 19 e 25
Glicemia: entre 70 mg/dl e 100 mg/dl
Colesterol: abaixo de 200 mg/dl



Fonte: Uol / Por Sara Puerta


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