Ao ler uma entrevista com a atriz Fernanda Montenegro, comecei a pensar a respeito do que muitas pessoas acreditam ser “uma boa imagem”. Nesta entrevista, ela diz: “O teatro não nos tira do âmbito humano. Mesmo as divas tropeçam em cena, sofrem acesso de tosse, esquecem o texto e temem não dar conta do recado.”
Mais do que procurar a perfeição, cuidar da imagem envolve ter a segurança e o jogo de cintura para saber agir quando as coisas não saem da forma que esperamos. O ponto de partida é sempre procurar fazer as coisas e se apresentar da melhor forma, mas estar preparados para o que pode dar errado também faz parte do pacote. Comecei a me lembrar de situações de trabalho em que fui surpreendida por laptops que não funcionaram, tropeços no palco, cadeiras que “se moveram” nas demonstrações dos modos de sentar e quase me fizeram ir ao chão, pessoas quimicamente alteradas na platéia de palestras, entre outros. Tudo parece ir bem e, de repente, você se encontra em uma posição que pode te deixar sem graça, ou como falamos, te fazem perder o rebolado.
Nesta horas, a habilidade de rir de si mesmo, não levar as coisas tão a sério e, mais importante, saber que, mesmo assim, o controle da situação está nas suas mãos são posturas fundamentais. Acidentes de percurso não são suficientes para prejudicar a imagem de ninguém. Quando a reação é dramática ou intensa, é disso que as pessoas irão lembrar. Se o profissional se recupera rápido, sorri e consegue demonstrar que são coisas que não abalam sua autoconfiança, em segundos a atenção de todos se volta para aquilo que você tem a dizer.