O processo da decomposição do corpo se processa de duas formas:
a)Pela ação de microorganismos (Bactérias, fungos e vírus).
b)Pela autólise (Autodestruição celular)
As bactérias presentes em nosso organismo (interna e externamente), por ocasião do óbito, multiplicam-se desordenadamente e passam a se alimentar dele promovendo sua decomposição de forma acelerada porque nesse processo desencadeia-se também a autólise.
O estado do corpo (inchaço, obesidade), a causa da morte (septicemia, afogamento, doenças renais) e o tempo decorrido após a morte, dentre outros, são fatores determinantes na aceleração do processo da decomposição. Normalmente a decomposição inicia-se pelo aparelho digestivo atingindo suas extremidades (boca e ânus) provocando vazamentos de líquidos e gases por essas aberturas.
Para retardar esse processo o mais bem sucedido tratamento é a tanatopraxia, técnica mundialmente aceita que higieniza o corpo interna e externamente eliminando fungos, vírus e bactérias, estabiliza e fixa as células e mantém a aparência natural que a pessoa tinha em vida.
Esta técnica traz segurança aos parentes e amigos durante o velório, protegendo contra qualquer possibilidade de contaminações com o corpo, evita vazamentos, inchaços e mau cheiro, situação constrangedora e que denigre a imagem da pessoa falecida.
Para a execução da conservação do cadáver a ANVISA determina regras que protegem a saúde pública, o meio ambiente e os trabalhadores funerários. (RDC 068 e RDC 306)
a) Laboratório de tanatopraxia ou necrotério com no mínimo 20 metros quadrados, pisos e paredes impermeáveis e laváveis, sistema de ventilação e exaustão, mesa para lavar o corpo com sistema de esgoto e água corrente.
b) Alvará sanitário específico para preparo e conservação de cadáveres.
c) Médico responsável técnico pelo laboratório que assinará todas as atas de conservação de cadáveres.
d) Elaboração do PGRSS que identificará, quantificará, selecionará e dará o correto destino para todos os resíduos gerados.
Conhecendo o processo da decomposição, facilmente chegamos a conclusão de que somente com a aspiração e tratamento das cavidades não temos garantias de prevenção de vazamentos e mau cheiro além de propiciarmos uma boa condição de aceleração da degradação do corpo.
Durante a aspiração do abdome a vara trocadora entra em contato com as fezes e, na medida em que perfura órgãos e as paredes do tronco, espalha e planta bactérias contaminando todos os tecidos (pele, músculos, gordura). O fluido cavitario não está presente nas células destes tecidos que passam a ser alimento e ambiente adequado à proliferação de microorganismos.
A eficiência da técnica da tanatopraxia está no fluido arterial que percorre todo o organismo, célula por célula, fixando e eliminando fungos, vírus e bactérias e, após a injeção arterial, a aspiração e tratamento das cavidades completam o tratamento.
Com a tanatopraxia exercida de forma correta o serviço funerário desempenha sua atividade de forma segura, garantida e legal, de outra forma poderemos colocar em risco nossa reputação ganha com árduo esforço por uma vida inteira.