No trabalho, as mulheres preferem ver homens no comando. E os homens também querem ver outros do seu gênero chefiando. Essa foi a conclusão da pesquisadora Amanda Zauli-Fellows, da UnB (Universidade de Brasília), em sua dissertação de mestrado. Cerca de 95% dos homens e 85% das mulheres concordam com a idéia de que eles são melhores chefes do que elas.
"Esse fato pode ser atribuído à cultura do patriarcalismo, ainda bastante presente no Brasil, na qual o poder concentra-se sempre nas mãos deles", diz Fellows à assessoria de imprensa da UnB.
Além disso, segundo a pesquisadora, as mulheres não querem abrir mão de suas tarefas domésticas para ocupar um posto de chefia, "ao qual terão de dedicar mais tempo, em detrimento do cuidado com a família".
Apesar disso, a pesquisa revela que 72,3% dos funcionários do sexo masculino não se importam em serem chefiados pelas mulheres. E a mulher também não se importa em ser dirigida por indivíduos do sexo feminino.
O estudo foi feito com 1.320 servidores do quadro efetivo da Câmara dos Deputados, mas a situação pode se repetir em outras organizações. Para validar o questionário utilizado na pesquisa, 604 funcionários de outras empresas também responderam às perguntas, e os resultados foram semelhantes.
Sedução
Nas entrevistas, 44,2% dos homens e 54,4% das mulheres discordam da idéia de que as trabalhadoras que recorrem ao uso da sedução têm mais chance de ascensão na carreira.
"Isto significa que as trabalhadoras percebem o acesso a cargos de direção como um direito comum a todos os funcionários, que deve ser obtido por meio da competência, habilidades e atitudes do empregado", afirma a pesquisadora.