De acordo com um estudo publicado esta semana no Journal Sleep, crianças com distúrbios no sono têm riscos maiores de desenvolver quadros graves de depressão e ansiedade. As informações são da Agência Fapesp.
O estudo, coordenado por Xianchen Liu, da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, foi feito com 553 crianças com distúrbios depressivos. No grupo avaliado, 72,7% sofriam distúrbios de sono, dos quais 53,5% tinham insônia, 9% hipersonia (sono excessivo) e 10,1% os dois distúrbios. Meninas depressivas mostraram maior probabilidade de sofrer com distúrbios do sono do que meninos, mas a idade não teve efeitos significativos, segundo o artigo.
O estudo destaca que, entre as crianças com distúrbios de sono, aquelas com insônia e hipersonia tinham mais longo histórico de doença, estavam com depressão mais grave e tinham maior probabilidade de apresentar perda de peso, retardo psicomotor e fadiga do que as que apresentavam apenas um dos distúrbios.
"Sabemos que a depressão está associada a problemas de sono. Mas o que esse estudo mostra é que, em jovens deprimidos, nem sempre os problemas de sono são os mesmos", disse Liu. Segundo ele, ter uma combinação de insônia e excesso de sono é um "problema dobrado": jovens com os dois problemas apresentaram depressão mais grave do que aqueles que só tinham um deles.
Isso significa, de acordo com os pesquisadores, que os médicos devem perguntar cuidadosamente aos jovens com depressão qual é o problema específico de sono apresentado por eles. É possível também que seja preciso avaliar os diferentes tratamentos para focar um problema de sono específico de um indivíduo.
Os especialistas recomendam que crianças em idade escolar durmam entre 10 e 11 horas a cada noite para ter boa saúde. Crianças em idade pré-escolar precisariam dormir entre 11 e 13 horas por noite.