É normal sentir raiva. Ela pode ser um problema, quando muito freqüente, ou intensa, ou mesmo quando ausente. Ela pode variar desde a irritação até a fúria. O quanto ficamos brabos com uma determinada situação depende de nossa interpretação a respeito do fato. Existe uma variação individual de significados frente a um evento. Cada um de nós interpreta um fato de forma que corresponde ao nosso modo de perceber o mundo e a nós mesmos.
O sentimento de raiva é antecedido pelo pensamento, ou seja, pela idéia de que fomos maltratados, ou que fomos injustiçados. É na verdade, uma reação de defesa frente a uma percepção de ataque e ameaça. Nossa resposta está repleta de planos de vingança ou atitudes de retaliações. Como todos os estados do humor, a raiva é justificada por pensamentos específicos e alterações no comportamento e funcionamento físico.
O pensamento encontra-se relacionado com as crenças que foram organizadas no passado. Apresentamos uma tendência a perceber os fatos e o mundo de forma constante, baseada nas vivências anterior. Se no passado fomos severamente punidos, ou maltratados, ou abusados, temos a tendência a nos manter "em guarda" contra futuras ameaças, mesmo que seja desproporcional ao evento. A raiva rápida, ou aquilo que popularmente chamamos de "pavio curto", é justificada pela crença de que é possível nos protegermos quando nos confrontamos com o abuso.
Já as pessoas que se acreditam incapazes de reagir frente a uma situação de maltrato, reagem com resignação, produzindo um sentimento de depressão. A raiva também pode surgir com mais freqüência em relacionamentos íntimos, porque quando criamos múltiplas expectativas em nossas relações de amizades, ou de trabalho, ou amorosas, nos tornamos mais exigentes e menos tolerantes com a frustração. Soma-se a isto, o fato de que raramente informamos as pessoas nossas expectativas sobre ela, e pior ainda, algumas vezes nem estamos completamente cientes delas, até que sejam quebradas e acionado em nós o desapontamento, a mágoa, a injustiça e finalmente a sensação de violação de regras, expectativas que por nós foram criadas.
O ideal para uma vida mais tranqüila e harmônica seria aprender a lidar com esses sentimentos e sempre que possível expressá-los de forma adequada, é claro.
Boas dicas para “liberar o estresse” são:
• Bata. Calma, não precisa ser uma pessoa, pode ser no travesseiro ou em uma aula de lutas, mas cuidado para não se machucar.
• Grite. Sempre que possível, no carro, no banho, na rua, só tome cuidado para não passar por situações constrangedoras.
• Fale sozinha. Invente conversas como se você estivesse discutindo com a pessoa que você tem raiva.
• Cante. Solte a voz no chuveiro, no trânsito ou em um karaokê.
• Dance. Arraste os móveis e libere a bailarina.
• Escreva. E-mails e cartas enormes dizendo tudo o que você tem pra falar, e o melhor de tudo... depois que você acabar, apague tudo afinal você já terá esgotado a vontade de falar sobre esse assunto.