Por muito tempo, o homem vem tentando achar uma resposta para esta eterna pergunta da humanidade e por mais que seja dito, não se tem muita clareza sobre isso. Sofrimento, em forma de doença, não faz parte da constituição cósmica do Universo. Noventa por cento dos seres humanos, estão de certo modo doentes.
Se Deus não criou o sofrimento, de onde vem a sua origem, a sua causa?
Dizer de forma otimista de que a doença não existe, que é pura imaginação, que a mesma não pode existir pelo simples fator de não darmos crédito à mesma, é pura ilusão. Nós sabemos que mesmo não dando crédito à doença, ela existe. Joel S. Goldsmith, em seu livro intitulado A Arte de Curar pelo Espírito, não adota esta tese de que a doença seja pura imaginação, de que se acreditarmos de forma contrária à mesma deixará de existir. Isto não é verdade - as doenças realmente existem.
Deus não fez as doenças! Muitos dirão então, que quem as fez foi o diabo. Bem, o diabo também não fez as doenças. Diabo não é outra coisa senão o nosso ego antidivino, ou se preferir, numa linguagem mais atualizada para os dias de hoje, nosso ego anticósmico.
O maior de todos os terapeutas, Jesus, nunca usa a palavra Satanás ou Diabo, a não ser como algo vindo do interior do homem. Pedro é chamado de Satanás, por que não pensava como Deus, mas sim como homem. Judas é chamado pela palavra grega, Diabo, por que não tinha fé nas palavras de Jesus. Toda vez Jesus se referia às palavras Satanás ou Diabo, relaciona as mesmas com o homem antidivino, anticósmico, antiespiritual. Logo, não podemos atribuir ao Diabo a uma entidade fora de nós.
Joel S. Goldsmith insiste que todas as doenças são criadas pelo homem e não por Deus. Até certo ponto, podemos afirmar que nós também somos criadores. Somos tão plenicriadores como Deus, mas somos semicriadores, palavra que tem sua origem no grego, que significa "criadores de coisas negativas". A doença é uma ausência e não uma presença. Presença é saúde e ausência é doença. Doença é como treva e saúde e como luz. Baseados nestes dados podemos afirmar que pelo ação do ego humano o ser humano cria suas coisas negativas, suas trevas. O ego humano é o grande criador das coisas negativas. O próprio Jesus, afirmava esta visão através da expressão: "O dominador deste mundo", ou seja, todo aquele que domina todo o mundo humano, "é o poder das trevas e tem poder sobre vós". Em outras palavras, o nosso ego humano é o grande causador dos nossos problemas e doenças. Depois disto, Jesus acrescenta que "Sobre mim, ele não tem poder, por que eu já venci este mundo". É por isso que não consta de Jesus ter tido qualquer tipo de doença. Moisés é outro personagem bíblico da qual não se relata qualquer tipo de doença - ao contrário, afirma-se que aos 120 anos ainda gozava de plena juventude. Estes são casos excepcionais de homens que nunca estiveram doentes, mas o resto da humanidade está doente, basta olharmos para o grande número de hospitais, sanatórios e penitenciarias, que nada mais são que doenças físicas, mentais e morais.
Você pode estar se perguntando: mas de onde vem esse mundo de doenças? Evidentemente, vem da própria natureza humana, uma vez que no mundo animal "selvagem" não existe essa doença em grande escala. Não podemos tomar os animais domésticos como modelo, pois os mesmos não estão em seu habitat natural - estão confinados em pastos e outros tipos de prisões, recebendo alimentos desnaturais. Nós obrigamos aos animais domésticos a viverem inteiramente desnatural, basta tomar, por exemplo, o fato de que uma vaca, devido ao egoísmo humano, tem que dar 30 litros de leite por dia. Em seu estado natural, a vaca produz apenas cinco litros de leite quando da ocasião de suas crias. Nossas exigências egoístas fazem com que "falsifiquemos" o organismo dos animais domésticos.
Tomemos por exemplo, uma galinha "selvagem": a maior parte das mesmas, colocam apenas cinco ovos por ano - esse é o normal das aves selvagens. Nós as obrigamos a colocar uma média de duzentos ovos por ano e com isso, falsificamos o seu organismo. Notem bem, como o egoísmo humano tem a tendência de falsificar tudo. Mas agora voltemos à natureza selvagem, aquela que está longe das interferências egocêntricas do homem. Praticamente não há doenças, quase nada.
Então, o nosso livre-arbítrio é o grande responsável pelas nossas doenças, por que o mesmo, pode contrariar as leis da natureza, falsificando com prazer, as leis cósmicas. Logo, se o ser humano não falsificasse de alguma maneira as leis da natureza, se estivesse 100% de acordo com as leis da natureza, o ser humano não teria doenças.
Você pode estar se afirmando: "Bem, alguns vivem de acordo com as leis da natureza e mesmo assim possuem doenças!". O que estamos querendo dizer, deve ser atribuído à humanidade coletiva e não aos indivíduos. Com certeza, existem indivíduos que possuem doenças independente de seguirem os ditames das leis da natureza. Os espiritualistas justificam o fato alegando que estes indivíduos cometeram pecados contra as leis da natureza numa vida passada, por morrerem não pagaram os seus débitos e por isso, estão em débito para com as leis da natureza. Não vamos alegar que esta afirmativa seja falsa, mas, no entanto, podemos afirmar que a mesma seja insuficiente. A idéia de carma é uma explicação mais ou menos infantil. Temos que aceitar a idéia de que há uma mentalidade coletiva da humanidade e não somente uma mentalidade individual. O grosso da humanidade vive nesta mentalidade coletiva negativa, a qual hoje em dia é denominada por muitos nomes da ciência como "normóse". Pelo menos 90 % da humanidade atual (se não for 99%), está contrariando as leis da natureza, o que acaba gerando sofrimento. Isto é o que podemos chamar de pecado. Pecado nada mais é do que fazer as coisas que contrariam as leis da natureza. Culpa, pecado, débito, isto é contrariar as leis da natureza, que são as leis de Deus, ou se preferir, a Alma do Universo ou Natureza. Existe uma espécie de constituição cósmica do universo, a qual não está escrita em nenhum livro. É uma legislação, uma lei que manda fazer isto e nos impede de fazer aquilo. Estas leis não foram inventadas por nenhum homem, elas fazem parte da constituição do universo, que funciona com fins e meios. Para alcançar determinados fins, a natureza sempre inventa meios e os meios são sempre gostosos, por que o que não se faz com prazer não é garantido. O que se faz só por dever não é garantido, mas o que se faz por prazer, isto é garantido.
Quando o homem come, o gosto é o meio e a manutenção da vida é um fim. Se o homem come compulsoriamente, só pelo gosto da comida e a mesma lhe faz mal, isto é contrário as leis da natureza. A favor da natureza é o meio gostoso para o fim necessário. Se alguém bebe só porque o beber é gostoso e prejudica a vida de seu corpo, isto é um pecado contra a natureza.
Na esfera sexual, que é feito pela natureza para continuação e multiplicação da vida, se o mesmo é feito só pelo prazer e isto prejudica o seu corpo, isto também é um pecado. O prazer sexual, a libido, é um meio para garantir a continuação da vida. A natureza sabe que aquilo que é obrigatório não é garantido, por isso, a natureza inventou o prazer para dar continuidade à vida. A libido é boa, honesta e necessária. O homem inibe a continuação da vida, mas continua na busca e uso do prazer. Isto é anticósmico e contraria as leis da natureza. Natural e honesto é usar a libido e o prazer com o fim de dar continuidade da espécie humana sobre a face da terra. Desonesto é excluir o fim e só usar o meio. Boa parte da humanidade está vivendo justamente isto e por isso, vive numa constante atitude de pecado contra a natureza. Usar um meio sem nenhum fim é uma atitude anticósmica.
Se o ser humano vive constantemente pecando contra as leis cósmicas, como é que nós não provocamos a vingança das leis cósmicas? Podemos dizer então, que o sofrimento é uma vingança das leis cósmicas. Toda culpa gera sofrimento. Culpa quer dizer agir de maneira anticósmica, antinatural. Há uma culpa ainda maior do que usar a luxúria sem nenhuma finalidade e tão antiga como a humanidade. Há uma história nas escrituras chamada Sodoma e Gomorra que diz que havia cinco cidades muito prósperas e florescentes (os cinco sentidos). Nestas cinco cidades, toda a carne havia corrompido o seu caminho, o que quer dizer que os instintos naturais dados ao homem por Deus, para a preservação de sua existência, estavam degenerados pela ação do egoísmo. A degeneração dos instintos pela ação da vontade egocêntrica, adultera as leis cósmicas da natureza e por reação, gera sofrimento. Uma vez que as leis cósmicas são permanentemente violadas pela ação degenerativa do egoísmo do homem, a natureza se vinga em forma de doença.
O estado e a mentalidade anticósmica da humanidade é o ambiente geral da humanidade que produz as mais variadas formas de poluição e suas respectivas doenças. Mais o grosso da humanidade só fala a respeito da poluição da atmosfera, poluição física, por meio de gases. Eles nunca pararam para se conscientizar que existe uma forma de poluição mental e moral no ar, muito pior do que a poluição física. Se milhões de seres humanos diariamente cometem coisas antinaturais, anticósmicas, será que o ar não fica poluído por isto? Será que o ar mental e o ar moral da humanidade não está envenenado por esta anticosmicidade? E o grosso da humanidade vivem nesta atmosfera de poluição mental e moral.
Porque é que há tantas doenças?
De onde vem tantas doenças?
As doenças foram criadas pelo homem coletivo. Admitimos aqui, que existem homens individuais inocentes que não contrariam as leis da natureza, mas isso é uma pequena elite da humanidade. Isto o maior dos terapeutas chama de "o dominador deste mundo que é poder das trevas e que tem poder sobre vós" - assim ele explicava o sofrimento universal. Portanto, enquanto existe uma humanidade 90% "pecadora", nós não podemos esperar por saúde.
Apesar de toda farmácia, de toda a drogaria, de todos os remédios, de todos os médicos, de todo poder da medicina, não há possibilidade de haver saúde permanente devido à poluição da atmosfera. O maior pecado é que os "não-poluídores" sofrem pela ação dos agentes poluidores. Inocentes pagam pelos pecadores. Se uma criança nasce numa grande metrópole cuja atmosfera está poluída, ela não tem culpa por respirar o ar poluído desta atmosfera. A criança sofre pela poluição dos poluidores; ela não poluiu nada, mas como ela faz parte da humanidade e vive num ambiente poluído, ela sofre as conseqüências da poluição.
Se isto ocorre no terreno físico, porque não haveria de ocorrer no terreno mental, emocional, moral e espiritual? Portanto, não há a possibilidade de evitar as doenças, nem mesmo os inocentes, por que os mesmos estão dentro de uma atmosfera poluída.
Se pudéssemos despoluir a atmosfera moral e mental, então a humanidade poderia esperar por saúde. Mas olharmos de olhos bem abertos para os acontecimentos podemos nos questionar quando é que vai acontecer isto? Quem está se preocupando por isto? O que fazer dentro desta situação que é um fato que atinge toda a humanidade? E agora? Temos alguma profilaxia? Temos alguma vacina ou alguma possibilidade de imunização contra esta poluição mental e poluição moral da humanidade que é a grande responsável pelo surgimento das doenças de todas as espécies?
Sim, existe uma vacina! Existe uma profilaxia! Existe uma imunização! Mas até hoje, nenhum ser humano conseguiu vacinar-se, imunizar-se, contra esta poluição universal da humanidade. Por que todos nós, desde o nascimento, já estamos potencialmente poluídos. Se pudéssemos nascer de outro modo, de pais e mães não poluídos, então talvez poderíamos cortar esta poluição da normóse da horizontalidade. Mas, nós não podemos desfazer o nosso nascimento. Não podemos fazer uma reação contra o nosso nascimento. A nossa tara hereditária já existe. Se existe tal coisa chamada "pecado original" então é isto: uma tara herdade pelos nossos antepassados que também estão dentro da atmosfera poluída.
Em teoria a imunização seria possível, mas na prática, ela não existe por que o grosso da humanidade é "pecadora", os poucos que não são "pecadoras" são contagiados pelas doenças produzidas pelos "pecadores". O "pecado" não é herdado, pois isso seria injustiça. O que pode acontecer são as conseqüências dos "pecados" alheios.
Enquanto a humanidade estiver num estado de pecado original em que está quase que 90% da humanidade, não há a menor esperança de que as doenças acabem. Podemos intensificar a medicina e os medicamentos; os médicos podem estudar o quanto quiserem por que o mal não vem daí, vem de uma outra fonte. O moral não pode ser curado pelas drogarias, farmácia e pela medicina como uma coisa física. O mal mental e moral tem que ser curado de uma outra forma: por uma fonte espiritual neutralizante. O espiritual é uma vacina contra a doença moral. Só acabaria as doenças e sofrimentos da humanidade se toda a humanidade se converte-se e deixa-se de ser "pecadora". Portanto, hoje podemos acabar com as nossas maldades, mas não podemos acabar com os nossos males, por que os males vem por conta dos outros. Eu posso acabar com as minhas maldades, mas posso herdar os males dos outros. Pagar os males dos outros não me faz mal, o que me faz mal não me faz mau. As maldades dos outros não me faz mau. Fazer mau quer dizer ser sofredor.
Portanto, só podemos aliviar temporariamente com as doenças; curar as doenças é uma grande utopia que assola a humanidade a muito tempo.