Tenho observado e trabalhado muito com criatividade e nesse caminho constato, cada vez mais, que ser criativo exige muito mais transpiração do que inspiração.
Todos sabem da divisão do cérebro (razão x emoção) e o processo criativo envolve sua utilização como um todo; é preciso sentir, imaginar, criar, pensar. Sinto que é pensar com a cabeça na lua, porém com os pés no chão, trazer para a realidade o que foi sonhado. Só que nesse espaço entre criar e realizar há uma lacuna que deve ser preenchida e que envolve mais ainda a criatividade, porque nem sempre o que criamos é compatível com a realidade, pois envolve custos, por exemplo, além de outros fatores concretos.
Mas não devemos deixar de ter em mente o pensar e agir de forma inovadora, o que, por vezes, causa uma certa revolução. Uma coisa é certa, repito, criar envolve muito mais transpiração do que inspiração, como já foi dito por diversos autores, mas exige também boa dose de disciplina. Isso pode parecer exagero, mas a sistematização, o seguir a cartilha no processo de criação é tão importante quanto a ato de criar em si.
Esse processo consiste de etapas distintas, que exigem pessoas de perfis diferentes. Entretanto, podemos encontrar também pessoas que se diferenciam por possuir as duas competências, a de criar e a de fazer acontecer. É claro que falar em criatividade sem resultados práticos é pura "balela".
Percebemos que geralmente a necessidade é a mãe da invenção e que esta surge também diante de situações que envolvam competitividade, ameaça a valores básicos, assim como diante da busca de auto-realização, ou frente à colocação: "não gosto disso", ou ainda" "temos que melhorar", " não sei se inventei algo".
O que podemos afirmar é que a inovação abre novos caminhos, novas perspectivas, abre a cabeça e favorece a transformação pessoal e social, não se restringindo, portanto, somente ao lançamento de produtos e serviços. Ou ainda, buscar fazer mais barato sem perder a qualidade, fazer mais rápido, agregar valor, fazer mais com menos.
Criar é repensar, é reavaliar a tomada de decisões, observar se não estão sendo repetitivas e até, em alguns casos, é deixar de fazer. É preciso investigar, é importante ver a criatividade não somente como estratégia de sobrevivência ou crescimento, como também de transformação. A disciplina entra exatamente na hora de transformar a idéia em ação, transformar a ilusão em atitudes.