Você já foi mal interpretada? Já deu uma ordem e saiu tudo errado? Já foi pega contando uma mentirinha? Pois é, esse é o único problema da comunicação humana. Ela é tão complexa que pode nos colocar, muitas vezes, na maior saia justa.
Como nós nascemos nos comunicando, o primeiro choro, o sorrizinho que deixa todo mundo feliz, achamos que é só falar que todo mundo entende o que estamos querendo dizer. Mas, as coisas não são bem assim. Além de sermos diferentes uns dos outros, das palavras terem um peso para cada pessoa, o nosso corpo também colabora e atrapalha na comunicação.
É fácil entender, por exemplo, o quanto o corpo ajuda na comunicação quando lemos o que escreve o neurocirugião Antonio Damásio em seu livro “O mistério da consciência”:
“Pense nos músculos da face assumindo as configurações típicas da alegria, da tristeza ou da raiva, na pele que empalidece em reação a uma notícia ruim ou enrubesce em uma situação de vergonha, pense nas posturas do corpo que denotam alegria, tristeza ou algum desafio, no suor gelado das mãos nos momentos de apreensão, no coração que bate forte em momentos de magnificência ou que quase para de pavor”.
Viu só? Por isso, precisamos estar sempre atentas não só com as palavras que usamos, com o tom de voz, mas também se acreditamos ou não naquilo que é dito. Caso contrário ficamos sujeitas a sermos mal compreendidas.
A comunicação humana é uma troca entre duas ou mais pessoas e segue o princípio de sociedade, uma vez um fala e o outro ouve e depois as posições se invertem. É um processo interativo, que precisa ser muito bem pensado. Não é só ir abrindo a boca e falando o que dá na cabeça.
Para ajudar, seguem alguns lembretes para serem usados na hora de falar:
• Se estiver emocionada cuidado para não prometer o que não vai cumprir.
• Se estiver com raiva, segure-se para não falar bobagens e não ter que pedir desculpas depois.
• Quando der uma ordem, peça para a pessoa repetir o que ela entendeu: "Você pode repetir o que eu falei, por favor?” é uma ótima maneira de se certificar que a pessoa sabe exatamente o que foi pedido.
• Se não acreditar no que vai falar, não diga nada, porque você pode se contradizer.
• Se estiver envergonhada, triste ou com raiva assuma, porque seu corpo vai fazer isso por você. Se puder, a melhor maneira de passar batido é brincar: “Não adianta fingir, eu estou envergonhada, pode tirar o sarro que quiser!” ou assumir o que está sentindo.
• Mesmo que considere normal, não grite com ninguém, tem gente que não está acostumada e vai pensar que quem gritou não bate bem da cabeça.
• Contar uma mentirinha não leva mais que 5 segundos, mas fique alerta, você poderá ter que se justificar o resto da vida...