Primeiro aconteceu com Bill Clinton (que pelos seus antecedentes de família e pessoais foi considerado um paciente vulnerável), enquanto presidente seguiu as recomendações de corrigir as pequenas alterações encontradas no seu check-up, mas ao deixar o cargo passou a levar vida menos disciplinada. Viagens constantes para palestras, que obrigaram a uma vida sedentária, abusos alimentares e ganho de peso. Resultado em alguns meses: ganhou algumas pontes de safena, isso só porque foi atendido em tempo!
Recentemente, o humorista Bussunda da TV Globo, aproximadamente 12 horas após mal-estar durante partida de futebol entre amigos, teve morte súbita, causada segundo noticiários, por infarto do miocárdio. O apresentador tinha importantes fatores de risco familiares e pessoais para a doença obstrutiva das artérias coronárias (causadora do infarto), mais ou menos seis meses após ter feito check-up cardiológico completo, que resultou normal segundo seu médico.
Toda morte súbita gera uma enorme sensação de impotência para os médicos e perplexidade para a população. Como aceitar o fato de que os exames não previram essa tragédia?
O desafio é identificar quem são os pacientes vulneráveis. A prática esportiva com segurança em indivíduos vulneráveis deve ser muita bem analisada, pois poderá ser um gatilho de complicações cardíacas. Isso é possível de acontecer por algumas razões.
Nas coronárias desses pacientes poderão estar presentes pequenas obstruções de gordura (ateromas) que durante forte estresse psicológico ou físico (esportes, por exemplo) poderão se romper “como um vulcão” e provocar uma trombose local e infarto do miocárdio. Acontece que essa pequena obstrução não é detectada, mesmo nos exames mais modernos e por isso chamamos de pacientes vulneráveis. Estão aparentemente normais e com pelo menos dois fatores de risco presentes: obesidade, circunferência abdominal acima do normal, tabagismo, colesterol e triglicérides elevados, hipertensão arterial, diabete e sedentarismo, e importante os antecedentes familiares (pais ou tios com menos de 60 anos) com doenças do coração.
O que fazer? Desde que identificados, o passo seguinte é seguir a orientação médica com disciplina, não esperar sentir algo para tomar as providências. No caso de surgir algum sintoma de dor no peito, mal-estar geral, falta de ar e palpitações, não espere, procure um médico imediatamente. Essa providência poderá evitar que aconteça o pior.
Saiba que a prevenção é o melhor caminho para vivermos com saúde e qualidade de vida.