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A maneira como as
pessoas vêem a morte varia de época para época e de uma cultura para outra. No
livro “Filosofando - Introdução a Filosofia” de Maria Lúcia de Arruda, a autora
afirma que a morte é o destino certo de todos os seres vivos e que só o ser
humano sabe disso, o que lhe causa angústia por não saber o que virá depois
dela. A escritora afirma que esse angustiante medo do desconhecido leva as
pessoas a tentar entender e explicar o que acontece quando a vida acaba. Talvez
seja esta uma tentativa de preencher de significados o ato de viver, lutando
contra o esvaziamento de sentido, o sentimento de impotência diante dessa grande
certeza – a morte.
Arruda explica que os humanos não pensam apenas na morte real, o fim da vida,
mas também nas mortes simbólicas, nas perdas, ela cita o nascimento como a
primeira morte e diz que toda vez que algo acaba, tem um fim, o ser humano passa
pela experiência da “morte”. Para essa autora os “artistas, os revolucionários,
os heróis e os santos” são os que estão prontos para enfrentar o desafio da
morte, porque são capazes de construir coisas novas e de superar o que é velho.
Eles, ao realizarem ações novas, deixam de praticar atos antigos, então estão
mais acostumados com o fim.