Uma coisa da qual temos certeza é que um dia morreremos; basta nascermos para
começarmos a morrer" afirma a psicóloga Suzanna Amarante Levy, especialista em
casais e famílias.
E falar sobre morte e dor é sempre
difícil. As pessoas estão acostumadas a pensar somente no prazer, evitando ao
máximo encarar os sentimentos dolorosos. Muitos acreditam que o melhor é não
tocar em assuntos tristes, para não sofrer ainda mais. A psicóloga afirma que
"falar de dor não é nada fácil e que, de fato, causa sofrimento. Mas as pessoas
se esquecem de que esse sofrimento, na verdade, já existe".
Suzanna garante que o melhor seria
falar sobre o que machuca, conversar com os amigos e parentes para que a dor
pudesse ser elaborada e curada, impedindo a estagnação do processo evolutivo
individual e familiar. "O silêncio é paralisador", ela ressalta. Bons amigos e a
presença da família são muito importantes no processo de restruturação da
família depois da morte de uma pessoa querida.
Todos sabemos que a morte de qualquer
parente pode ser muito estressante, a ponto de romper o equilíbrio familiar. "A
morte envolve sentimentos profundos e emoções intensas, que são vividos por um
longo tempo" diz ela. Sentimentos de entorpecimento (parece que não é verdade
que aquilo aconteceu!), irritabilidade, medo, tristeza, raiva e desesperança são
comuns e normais em determinados momentos da vida das pessoas.
A intensidade do impacto de uma perda
na família pode ser influenciada por diversos fatores, entre eles:
- A função e posição da pessoa na
família. Quem morreu?
- Como foi a morte?
- Em que momento do desenvolvimento
da família ocorreu essa morte?
- Como foram as histórias de perdas
anteriores vividas por este núcleo de pessoas?
- Que crenças cercam a morte para
esta família?
Fonte: Por Julienne Gananian