Saber se vender no mercado requer uma boa dose de cuidado, pois a linha que
separa o marketing pessoal da superexposição é muito tênue. Porém, uma coisa é
certa: usado na medida, é determinante para o sucesso. MBA, fluência em dois
idiomas, experiência em grandes companhias e formação de primeira linha de nada
adiantam se você não tem oportunidades de se mostrar, se as pessoas não falam
sobre você. Acredite, é possível estar em evidência sem parecer exibida e dar o
seu recado sem ficar com fama de arrogante.
Para não errar a mão e encontrar o equilíbrio entre os dois extremos, saiba
quais são os principais deslizes cometidos pelas pessoas e preste atenção para
ficar bem longe deles.
Confundir Marketing com
Propaganda
O primeiro passo para
definir sua estratégia de marketing é ter um objetivo. O que você pretende:
mudar de emprego? Vender um novo projeto? Investir em uma área diferente?
Ampliar sua rede de contatos? Estabelecida a meta, pense em qual mercado você
vai mirar sua estratégia. A propaganda será apenas a ferramenta de comunicação
que fará sua mensagem chegar ao destino.
Guardar suas Gentilezas só a quem Interessa
Embora a boa educação já
mande que se dê bom dia e boa-tarde a todos, sem distinção de posto hierárquico,
gentileza é sempre vista com bons olhos. E é bom lembrar que a moça do café sabe
de todo mundo que participa das reuniões com o presidente e que ninguém sabe
mais do vaivém dos corredores do que as recepcionistas. "É legal que as pessoas
achem você gentil, educada, simpática. Isso só vai contar pontos a favor,
sempre", afirma Mario Persona, autor do livro Marketing de Gente (Editora
Futura).
Nunca minta, não existe
crime perfeito. Basta uma pesquisa no Google para saber onde você estudou, o que
fazia em 1998...
Acreditar que Boa Vontade
Basta
Investimento, seja
intelectual, financeiro ou de tempo, é sempre necessário. "Assim como em um
banco, em que quanto maior o capital a investir, maior é o poder de barganha,
nas relações, a matemática é a mesma: quanto maior seu potencial, mais preparada
você vai estar para a exposição no mercado", diz Persona. Portanto, arregace as
mangas e dedique-se ao desafio.
Pensar nos fins, em vez de Concentrar-se nos Meios
É um erro fatal ir ao
mercado só pensando em ganhar. É preciso primeiro pensar em dar, em como poderá
ajudar as pessoas, em formas de ser útil, de mostrar seu interesse. O que vem
depois é conseqüência da boa conduta. "Veja o caso do Mar Morto: só recebe as
águas do Rio Jordão que param ali, ele não tem saída. Na vida, quem só tem
entrada e não dá nada morre na praia", afirma Persona.
''Tenho Muito o que Aprender Aqui''
Seja na disputa por uma vaga
ou diante de uma reestruturação na companhia, a frase acima é terminantemente
proibida. Embora seja de bom tom adotar uma postura de aprendiz, é bom lembrar
que empresa não é escola e eles estão pagando pelos seus serviços, pelos seus
conhecimentos. Deixe a arrogância de lado, mas não se coloque em posição de
inferioridade.
Pouco Autoconhecimento
Pense que você é uma marca e
seu objetivo é expor essa marca no mercado. Faz parte do seu desafio descobrir
os pontos fortes, que serão ressaltados, expostos com mais empenho, e os fracos,
que ficarão em segundo plano. À medida que a pessoa tem conhecimento de suas
limitações, passa a ter o poder de resolvê-las. "Peça ajuda a um conhecido,
procure saber como ele a vê. Provavelmente não vai bater com a visão que você
tem de si mesma", afirma Eduardo Najjar, autor do livro Carreira e Marketing
Pessoal: da Teoria à Prática (Negócio Editora).
Usar o Plural Majestático
Deixe de lado o "nós
fizemos, nós conseguimos, nós atingimos tais resultados". Prefira o "a empresa
fez, a empresa superou ". "Claro, você deve se sentir parte da companhia onde
trabalha, mas ao incluir-se em todas as realizações positivas é sinal de
arrogância", diz Najjar. É como se você dissesse que todas as coisas positivas
tiveram sua participação. Seja honesta com você e pense se falaria "nós não
cumprimos o prazo, nós influenciamos nossa queda nas ações, nós não fomos justos
na demissão do fulano". Provavelmente não.
Ter Posturas Muito Rígidas
Não há problemas em detestar
a cantora da moda, abominar a Igreja Católica ou acreditar na inocência do
Michael Jackson, mas guarde os discursos inflamados para o seu marido, sua mãe
ou, no máximo, para os amigos mais íntimos. Eles, provavelmente, não vão achá-la
intransigente nem inflexível. Com as demais pessoas de seu convívio, limite-se a
discordar e, se sentir que há espaço, fale seu ponto de vista.
Acreditar que uma Mentirinha não Faz Mal a Ninguém
Honestidade é mais do que
algo necessário, tem que ser uma regra. Em tempos de tráfego intenso de
informações, não existe crime perfeito. Ou seja, basta uma pesquisa no Google
para saber onde você estudou, o que você estava fazendo em 1998 e até sua
participação em uma disputa de xadrez. O que não está lá pode estar ao alcance
de um telefonema.
Abrir mão de sua Personalidade para se Adequar ao Padrão do Mundo Corporativo
Vestir um terninho, sacar o
computador de mão da moda e lançar expressões típicas do mercado não compromete
ninguém, mas é bom lembrar que autenticidade também conta pontos. "Cada ambiente
pede um tipo de postura mas é preciso definir um estilo próprio e ser fiel a
ele", diz o economista João Baptista Sundfeld, sócio-fundador da Sundfeld &
Associados, consultoria em gestão empresarial.
Não Equilibrar Extremos. Tudo o que é demais Desanda
Mesmo quando se trata de
atitudes positivas, faz parte de uma estratégia eficiente conseguir ser gentil
sem afetação, expressar opiniões sem ser intransigente.
Achar que Network é Apenas
Manter seus Contatos Ativos
Mais do que isso, é preciso
definir regras para todos os grupos de relacionamentos que existirem em sua
vida. Há colegas que você pode contar seus problemas de trabalho. Já outros,
possíveis empregadores, diante de uma queixa, podem achar que você reclama
demais e que faz parte da sua índole falar mal de chefe. É preciso ter
sensibilidade para estabelecer critérios e definir onde há espaço para mais
intimidade, onde é preciso discrição e onde você deve apenas cumprir o
protocolo.
Diante de Dificuldades,
Escapar pela Tangente
Muitas vezes, por medo de
comprometer-se, as pessoas procuram ficar em cima do muro. De fato, dessa forma,
deixam de ficar em uma saia-justa, mas também correm o risco de não passar
credibilidade. "É preciso assumir uma posição, ser assertiva em suas atitudes. E
dessa forma, as pessoas irão respeitá-la mais", diz Sundfeld.
Achar que Basta Corresponder às Expectativas
Quando vão a um encontro,
seja qual for, as pessoas sempre criam algum tipo de expectativa. Mas não basta
corresponder a elas. O ideal é sempre superá- las. Para isso, o primeiro passo é
ter sensibilidade, saber ouvir e estar atenta, para entender o que é esperado de
você. Só assim você será capaz de poder fazer melhor.