Ninguém está a salvo de cometer uma ou outra gafe de vez em quando. O problema é
quando as pessoas, traídas sobretudo pela tendência de falar demais, e de forma
irrefletida, tornam-se reféns da própria língua solta. Algumas mancadas, com o
tempo, podem se transformar em histórias pitorescas e engraçadas, dignas de ser
registradas para a posteridade. Mas, no momento em que ocorrem, geram
constrangimento, ofendem ou ferem os sentimentos alheios e podem arruinar
negócios, relacionamentos e até mesmo amizades.
A boa notícia é que, apesar de não
ser possível voltar no tempo ou engolir as palavras, os psicólogos já conhecem
maneiras de evitar futuras saias-justas. Também há dicas para se recompor e
conviver com o mal-estar e o arrependimento provenientes de alguns furos.
Como Evitar
Regras básicas para não cometer gafes
Falar menos e pensar mais
É o passo mais importante. ''Ao
contrário dos animais, que agem por instinto, é esperado que o ser humano pense,
processe o que quer dizer e, só então, diga'', explica Maria Aparecida Araújo,
consultora de comportamento profissional e etiqueta social.
Evite os rótulos fáceis
Durante uma conversa, é preciso ter
cuidado com generalizações, o que inclui fazer piadas de português ou falar mal
de advogados, por exemplo. A chance de ofender algum interlocutor - ou um
parente dele - é enorme.
Não tente presumir algo sobre
alguém
A clássica gafe da mulher que, diante
da barriguinha da vizinha, pergunta quando vai nascer o bebê, ou se é menino ou
menina - somente para descobrir que ela não está grávida, apenas meio gordinha.
Fugir dos assuntos controversos
Aqueles temas que podem facilmente
exaltar os ânimos são encrenca na certa. A não ser que você esteja cercado de
pessoas que compartilham de suas opiniões, fuja a todo custo de temas como
aborto, pena de morte, reforma agrária e afins.
Cuidado com perguntas invasivas
No lugar de ''quanto você ganha?'',
''quantos anos tem?'', ou ''é sua filha?'', é melhor optar por comentários
abertos e elogiosos (respectivamente: ''é uma profissão interessante, né?'',
''seu vestido é fantástico'' e ''que menina linda'').
Nada de ser taxativo
Ser imperativo nas colocações está
fora de questão. Dizer que é 'to-tal-men-te contra', que 'ama' ou 'odeia' alguma
coisa, digamos, coloca o outro contra a parede, não deixando brecha para que ele
se posicione ou saia pela tangente.
Como
Remediar O que fazer depois de cometer o ato falho
Desculpar-se
De preferência, na hora. 'A atitude
dá a entender que, além de assumir seu erro, você respeita os sentimentos do
outro', diz Maria Aparecida. Mas, se a gafe for devastadora, é melhor mudar de
assunto ou sair de fininho.
Compartilhar o erro
''Dividir com um amigo seu
constrangimento pode fazer com que o problema ganhe uma nova perspectiva'', diz
o psicólogo Waldir Bíscaro. ''O outro pode relatar as próprias mancadas,
eventualmente bem piores que as suas, o que servirá para lembrar que todos nós
erramos''.
Anotar
Uma recomendação é passar os
incidentes do gênero para o papel. Assim, fica mais fácil identificar eventuais
semelhanças entre eles. Você pode acabar se dando conta, por exemplo, de que
seus deslizes verbais acontecem durante situações desconfortáveis, formais
demais, ou com gente que acaba de conhecer. E aprender a evitar o próximo.
Fonte: Letícia Colombini
- Revista Época