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   Perspectiva sobre a Morte - Parte I

        A morte é algo que ninguém pode escapar. A morte é o passo seguinte da vida, da mesma forma que o dia se transforma em noite, o outono em inverno ou a juventude em velhice. As pessoas se preparam para não sofrerem no inverno que virá; se preparam para não sofrerem na velhice; mas poucas são aquelas que se preparam para a maior das certezas: a morte!

        A sociedade moderna tem ignorado um dos seus mais importantes problemas. Para a maior parte das pessoas, a morte é algo a ser temido e respeitado. Para outros somente significa a ausência de vida – simbolizado pelo vácuo. Assim, a morte transformou-se em algo considerado de alguma forma anti-natural.

        O que é a morte ? O que acontece conosco após a morte ? Nós podemos ignorar estas questões, como muitas pessoas o fazem. Mas, se ignorarmos a morte, eu acredito que estaremos condenados a viver um existência superficial, uma vida despreocupada com o nosso futuro espiritual. Nós podemos assegurar a si mesmos que iremos algum dia lidar com morte ‘quando a hora certa chegar’.

        Algumas pessoas se mantêm ocupadas em constantes afazeres com o objetivo de evitar pensar sobre as questões fundamentais sobre a vida e a morte. Mas, em tal estado mental, as alegrias por quais desfrutamos são de caráter frágil, pois são envoltas pela sombra da inescapável presença da morte. Eu tenho a firme convicção que o ato de enfrentar a questão da morte poderá nos trazer um verdadeira estabilidade e paz interior.

        O que então é a morte ? Somente a extinção, um mergulho no vazio ? Ou uma porta de entrada para uma nova vida, uma simples modificação ao invés do fim ? A vida não é nada mais do que uma efêmera fase de atividade, seguida pelo silêncio e não-existência ? ou será acompanhada de uma seqüência mais profunda, que transcenda a própria morte e se transforme em alguma outra forma ?

        O budismo ensina que a idéia de que nossas vidas se encerram com a morte é uma séria ilusão. Tudo no universo, tudo o que ocorre é parte de uma vasta rede viva e interconectada. A vibrante energia que chamamos de vida flui por todo o universo que não tem início, nem fim.

        A vida é um contínuo e dinâmico processo de mudanças. Por que então, a vida humana seria uma  exceção ? Por que a nossa existência deve ser uma arbitrária e contrária, totalmente desconectada do ritmo da vida universal ?

 

                 Mirror Weekly – Semanário publicado na República das Filipinas






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