1 -
Ao receber a notícia de que está sem emprego, a primeira coisa que se tem a
fazer é ir para casa e administrar suas emoções. Depois, com mais tranqüilidade,
faça uma descrição de como se apresentaria a um futuro empregador, sem precisar
falar mais do que três minutos. Isso fará com que desenvolva um raciocínio
lógico a respeito de sua saída e afaste a influência de suas emoções na
apresentação;
2 -
Faça uma lista de todas as situações, problemas, projetos e trabalhos que você
resolveu em sua vida profissional, de que forma fez isso e quais foram os
resultados que a empresa obteve com estas suas ações. Além de fornecer um
importante material para seu currículo, este exercício vai deixá-lo mais
preparado para as entrevistas na busca de um novo emprego;
3 -
Ao fazer o exercício anterior, procure identificar quais foram as
competências que você usou para alcançar os resultados apontados. Elas te darão
uma dica sobre em quais são as circunstâncias você é melhor aproveitado, ou
seja, onde pode gerar mais resultado. E, assim, poderá enxergar melhor o seu
perfil. Isso é útil para seu currículo, para seu desempenho nas entrevistas e
para a escolha do tipo de empresa em que você gostaria de trabalhar;
4 -
Com todo este material, fica mais fácil escrever seu currículo. E ele deve ser
muito claro: logo no topo, após seus dados pessoais, especifique qual é o seu
objetivo de trabalho. Tudo o que vier em seguida deve sustentar esse objetivo. A
forma da redação deve facilitar a leitura: dados pessoais (apenas seu nome e
meio de contato); objetivo profissional; experiência profissional (nome da
empresa em que trabalhou, período e principais atividades realizadas e
resultados obtidos); formação acadêmica; cursos de especialização (só os
relevantes) e idiomas;
5 -
Faça uma lista dos nomes de todas as pessoas com as quais você se relaciona,
desde colegas de trabalho, chefes, até colegas de faculdade ou mesmo dos pais de
amigos de seus filhos na escola. Toda pessoa que você conhece pode ter uma
informação importante para o seu projeto de ter um novo trabalho. Ao lado de
cada nome, anote qual será seu objetivo ao falar com aquela pessoa. Atenção: sua
intenção não é pedir ao outro que resolva o seu problema, mas que lhe sinalize
oportunidades, que conte para outras pessoas sobre seu projeto e/ou lhe abra
novas oportunidades. Está provado que 80% das chances de recolocação estão na
boa utilização da rede de contatos;
6 - Pesquise quais são as
empresas de seleção para as quais você deve mandar o seu currículo. Mas não
fique parado, esperando ser chamado. Elas só o farão se tiverem uma vaga pela
qual você pode concorrer. Não se esqueça da internet. Existem inúmeros sites de
busca de candidatos;
7 -
Prepara-se para as entrevistas. Peça a alguém da sua confiança - se conhecer um
profissional de Recursos Humanos, melhor - para exercitá-lo com perguntas que te
desafiem e o deixem pronto para falar sobre você; quando receber uma proposta de
emprego e tiver dúvidas sobre algum pacote de salário e benefícios, procure se
aconselhar com um profissional de RH;
8 -
Não descuide da sua aparência pessoal. É importante manter a forma física,
cabelo e barba aparados, unhas bem cuidadas e usar roupas discretas, adequadas a
um processo profissional de seleção;
9 -
Faça um orçamento pessoal com uma projeção para seis meses. Mas não corte
gastos que podem ser fundamentais na busca por um novo trabalho, como assinatura
de um jornal ou revista e a presença em eventos que permitam ampliar sua rede de
relacionamentos. Se puder, evite cortar despesas que afetem suas relações
familiares, como tirar o filho da escola particular, não comprar uma lembrança
de aniversário de casamento para a esposa, etc. Enfim, os familiares, como os
amigos, são o maior suporte neste processo de transição;
10
- E, por fim, cuidado com o sonho do negócio próprio. Se quiser considerar
qualquer alternativa autônoma, lembre-se de que para isso é preciso analisar seu
perfil com cuidado, preparar-se, planejar e pedir ajuda a quem entende dessa
preparação. Às vezes, colocamos todo o patrimônio acumulado num sonho nosso ou
em projetos de outros em busca da "liberdade" e acabamos prisioneiros de
problemas. Não há milagre, nem ganho fácil nessa opção.
Boa
sorte!
*Vicky
Bloch é diretora-executiva da DBM do Brasil, consultoria internacional em
transição de carreiras para executivos. É psicóloga pela Pontifícia Universidade
Católica (PUC-SP) e leciona na Fundação Getúlio Vargas-SP nos programas de
educação continuada e no MBA de Recursos Humanos da Universidade São Paulo
(USP).