Usuário:

Senha:


Esqueci a Senha!    
Cadastrar-se    



 

   Modo Especial para Comemorar o Festival dos Mortos

        Na ilha de Taiwan, a passagem da morte é comemorada em grande estilo há 150 anos. No mês de agosto, durante o sétimo calendário lunar, a população se une para celebrar o Festival dos Mortos.

        Para os religiosos, é nessa época que se abrem os portais entre o mundo material e o espiritual.

        A cerimônia é de purificação nos templos taoístas. Com a alma clara, a oferenda para os espíritos, que nesta época estão mais perto de nós, acreditam os chineses.

        O portal que liga os dois mundos está aberto e por toda parte se repete a oferenda pra ajudar os mortos a voltarem para o lugar deles. Mesas postas na rua. Em frente à pequena loja, ou no movimentado distrito financeiro.

        Os espíritos têm necessidades bem sólidas. Comida e dinheiro - de mentira, que eles queimam às toneladas. Barrinhas de ouro de papel.

        E na cidade de Keelung, uma grande festa para os mortos, atrai até o presidente de Taiwan. Quinze clãs desfilam para contar uma história que aconteceu há um século e meio.

        Uma batalha sangrenta entre dois clãs deixou mais de 100 mortos. Quando os dois lados se preparavam para vingar seus mortos, os outros clãs negociaram a paz e evitaram mais um massacre. O festival é para homenagear as vidas que se foram e as que foram poupadas.

        Há 150 anos essa festa se repete sem nunca ter sido interrompida. Nem pelas guerras, nem pelos terremotos. Nem pelos furões que varrem a ilha nesta época do ano.

        Para os Taiwaneses, algumas coisas nunca mudam, mas outras têm que se mover com a velocidade do dragão.

        O cortejo vai por 15 km até a beira do mar. Na praia, grandes fogueiras de dinheiro e fogos. Então, cantando mantras, os clãs apresentam, cada um, sua oferenda. Lanternas que parecem altares, vão sendo levadas para água e sacrificadas com fogo.

        Cheias de dinheiro falso, mensagens, lembranças, elas vão criando pontos de luz na água do pacífico. Impossível não lembrar de iemanjá. Mas este é um ritual de despedida. As lanternas vão indo para longe, iluminando o caminho dos mortos. E lembrando aos vivos da mortalidade, estabelece novas ligações com a vida.

                                            Rede Globo - Jornal da Globo






Envie este artigo para um amigo Imprimir este artigo Comentários




Voltar para a p�gina anterior