Como as girafas, os líderes do novo milênio devem ter a capacidade de explorar horizontes e tomar decisões à altura de seus cargos.

        Inteligência, prudência, visão e liderança. O homem moderno tem muito que aprender com as girafas.

        As girafas, expressões esplendidas da natureza terrena, habitam as regiões secas de árvores dispersas, ao sul do gigantesco deserto do Saara.

        São animais ruminantes, belos e graciosos, de grande tamanho, que identificando-se com líderes, sobressaem-se na multidão e sempre têm a cabeça erguida, jamais estão cabisbaixas.

        Conseguem obter e ver o que os outros não conseguem nem sequer imaginar. São consideradas, ao lado dos elefantes africanos, como as criaturas viventes de maior altura, pois podem alcançar até seis metros. Possuem excelente sentido de audição e de olfato e complementam estas virtudes com uma visão supremamente desenvolvida e um olhar que lhes permite apreciar sempre o perigo de longe e planejar estrategicamente sua defesa, algumas vezes empreendendo rápidas fugas e em outras disfarçando-se graças ao seus epidérmico traje camuflado.

        Chegam a viver até os vinte e seis anos em liberdade e até os 36 em cativeiro. Sua língua larga e flexível tem 40 cm ou mais e elas as usam junto com o lábio superior para arrancar as folhas dos ramos superiores das acácias, um dos seus principais alimentos. Têm pleno acesso à provisão pois nenhum outro animal conseguirá alcançar onde alcançam.

        Cada animal é único, possui um desenho próprio de manchas leonadas e poligonais, está providencialmente desenhado e tem bastante coisas para revelar-nos.

        Com os pés sobre a terra

        Seus líderes são machos adultos e experimentados que guiam  grupos formados por várias fêmeas com suas respectivas crias  e alguns machos que só chegaram à maturidade sexual aos quatro anos. Galopam aproximando e afastando as patas anteriores e posteriores, enquanto balançam o largo e esbelto pescoço, razão pela qual parece que se movem em câmera lenta, ainda que possam alcançar os 60 km por hora em terrenos secos e duros. Seu peso pode ser de 800 kg.

        Diferentemente de muitos herbívoros à sua volta, as girafas não migram em tempos estacionais, devido a que conseguem seu alimento e a maior parte da água que necessitam  das folhas superiores das acácias.

        Como os líderes do terceiro milênio, seus pés estão na terra e seu olhar se dirige para as alturas. Apreciam o panorama em todo o seu conjunto e magnitude. Vêem mais que os demais e descansam e dormem de pé. Sua comunicação se realiza mediante a emissão de gemidos e outros sons de notas muito baixas. Se protegem do leão, seu principal predador, com suas grandes e pesadas patas e algumas vezes chegam a matá-los.

        Desenho perfeito

        Como os grandes líderes empresariais se elevam acima dos demais. Desprezam o superficial ou priorizam  o substancial. Seus desenhos apresentam fortalezas em todos os seus pontos. Por exemplo, elas nos revelam que seu coração, donde emana a vida, é o mais forte entre todos os animais, já que requer cerca do dobro de pressão normal para bombear o sangue até o cérebro, por meio do largo pescoço.

        Com a cabeça tão alta no ar, o imenso coração da girafa deve ser capaz de levar oxigênio suficiente e sangue abundante até o cérebro a uma altura de três metros ou mais. Este seria um problema crucial porque  comprometeria demasiado a pressão arterial quando a girafa baixasse a cabeça para beber, no entanto, o sistema atua como se fosse um só conjunto de paredes arteriais reforçadas, By-pass e válvulas antiempoçamento, já que está provida de uma perfeita rede de pequenos canais sanguíneos e de sinais de sensíveis pressões que mantêm o fluxo adequado do sangue para o cérebro, com a devida pressão.

        É evidente que os grandes líderes têm que manejar com acerto seus sistemas internos, sua mente e seu coração para enfrentar com brilho as enormes e diárias pressões.

        Surpreende, também que seu sangue não se acumule nas pernas, pois uma girafa nunca sangra profusamente se faz um corte ali.

        Neste mamífero, os pulmões, de modo único, trabalham em conjunto com o coração para fabricar o oxigênio necessário. Os pulmões da girafa são oito vezes maiores que o do homem e sua velocidade respiratória é cerca de um terço da humana. A respiração mais lenta é indispensável para trocar o grande volume de ar requisitado, sem causar irritação em sua ondulada traquéia de 3,6 metros. Quando o animal inala ar fresco e esgota o oxigênio, não pode expulsar totalmente o ar sem oxigênio.

        Para a girafa este inconveniente se soluciona graças à larga traquéia que retém mais ar inerte que a quantidade que um homem pode inalar em uma respiração. Deve haver suficiente volume de pulmão para fazer que este ''ar nocivo'' seja uma pequena porcentagem do total.

        Girafas e Líderes

        No terceiro milênio  o desafio para os líderes indica dimensões insuspeitáveis e a conquista de enormes alturas.

        Em tal sentido, os desenhos institucionais devem integrar-se com fortaleza inexpugnável em todos os seus pontos, atendendo tanto ao coração, como à mentalidade corporativa e à visão empresarial. A liderança deve estar claramente definida. O líder vê o que ele é. O que será está determinado em função do quanto veja. Será tão poderoso quanto desenvolva todo o potencial e talento de que é dotado. Sua presença deve ser notada de maneira esplendida e natural.

        Indubitavelmente, os líderes são aqueles que se sobressaem aos demais, aqueles que avaliam todo o universo de possibilidades em seu conjunto e aqueles que mantêm os pés no chão. Percebem  o perigo de longe e com grande precaução se antecipam aos fatos  quando avistam a adversidade e formulam estratégia de rápida e eficaz defesa, pois eles podem prever as dificuldades a curto e médio prazo.

        Conseguem assim, como as girafas,resultados com vantagens competitivas inalcançáveis para outros e, é lógico, conquistam horizontes distantes para os demais.

                                            Jorge Eliécer Castellanos Moreno