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   Empresa Participativa Tem Mais Produtividade

        É cada vez maior o número de empresas que tem procurado democratizar seu processo decisório, ampliando os canais de participação dos empregados, em todos os níveis hierárquicos. Entre os inúmeros fatores que contribuem para esta tendência, duas questões são relevantes. Em primeiro lugar, não há mais espaço para o centralismo autoritário de outrora, quando todo o poder estava concentrado nos diretores ou no presidente. Mas não foram apenas as pressões sociais que levaram a esta abertura nas empresas, seguindo a mudança verificada nas relações da família e da comunidade. Pressões econômicas também justificam a divisão do poder, já que hoje é mais do que provado que a gestão participativa aumenta a produtividade. Os benefícios acontecem em razão direta: empregados mais satisfeitos e negócios mais lucrativos. 

        A última pesquisa realizada pelo Grupo Catho, A Contratação, a Demissão e a Carreira dos Executivos Brasileiros, com 9.174 respondentes, revelou que a liberdade e a autonomia de ação são fortes fatores de motivação para 92,36% dos executivos, superando questões como o crescimento da empresa e o acúmulo de dinheiro. A mesma pesquisa, ao avaliar o estilo do processo decisório da empresa, indica que a maioria dos profissionais – 59% – contribui para as decisões, eventualmente ou sempre. Em uma escala de zero a dez, a avaliação mediana do estilo do processo decisório, entre autoritário e participativo, foi de 6,760 para estes mesmos executivos. Ao confrontar os resultados, não é difícil perceber que as empresas que ainda não partiram para a democratização de suas relações internas, abrindo canais formais de participação nos rumos da empresa, estão perdendo, no mínimo, o entusiasmo de seus colaboradores. 

        Estes canais podem ser estabelecidos de diversas formas. Um jeito simples é o velho recurso da caixa de sugestões (desde que levado a sério, com avaliação e retorno sistemáticos). Também há corporações, até mesmo de grande porte, que promovem encontros regulares dos empregados com o presidente, independentemente da função ou área de trabalho. Nestas reuniões, a pauta é livre para a solução de dúvidas, apresentação de sugestões e intercâmbio de idéias. Além de favorecer o fluxo de informações e o crescimento integrado da organização, estes encontros também ajudam a dissolver focos de resistência e a melhorar o relacionamento entre chefes e subordinados na área de trabalho, já que o exemplo vem de cima, do próprio presidente. 

        Outras empresas radicalizam. A Nutrimental, indústria alimentícia que deu a volta por cima com o lançamento da barrinha de cereais Nutry, conta não só com seus empregados, mas também com clientes e fornecedores para definir seu planejamento estratégico. Anualmente, a empresa realiza uma grande convenção, com a presença de até 2.000 pessoas, para discutir o seu futuro. O objetivo é o comprometimento de todos com os resultados, já que as metas estabelecidas são compartilhadas pela equipe. 

        No embalo da informação online e em tempo real, os gestores perceberam rapidamente que as empresas precisam se relacionar em rede, não apenas com os colaboradores, mas com clientes, parceiros, investidores. Sistemas de avaliação como o 360o, no qual subordinados e superiores se avaliam reciprocamente, e o empowerment, no qual a responsabilidade da decisão é de quem estiver melhor colocado para tomá-la (geralmente, o mais próximo da operação), mostram que não há tempo a perder. Afinal, já se disse que, entre duas opções, a pior é não tomar nenhuma. 

Guilherme Pena 
Editor-chefe do jornal Carreira & Sucesso






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