Usuário:

Senha:


Esqueci a Senha!    
Cadastrar-se    



 

   A Morte E Suas Manifestações Culturais

        Ao longo dos séculos a humanidade viu-se diante de um enigma, a morte. O que é a morte, o morrer? Muitas questões o longo da história foram suscitadas. A morte segundo o Dicionário Aurélio significa "ato de morrer, fim da vida". A definição do Aurélio vem confirmar que a vida é movimento e a morte estagnação. Em cada cultura a morte tem um significado, desde a condenação até a libertação da alma, do corpo e da prisão.

        Desde a antiguidade o homem utilizou-se de rituais para a simbolização da morte. A dança, a música, os cultos, as vestes brancas e pretas, o luto, o velório, as novenas, jardins, enterros, cemitérios e crematórios. Todos esses rituais em diferente povos, sejam manifestações de alegria, tristeza, medo, horror, encontros e desencontros tem uma única finalidade, permitir que o homem ao se deparar com a morte possa encontrar o começo e novas perspectivas e percepções diante da vida. Mesmo hoje o homem continua a angustiar-se diante da morte. Ao longo da história tentou desesperadamente lidar com a morte criando estratégias, rituais, símbolos para amenizar o mistério que envolve a vida quando ela cessa. É preciso rever na história um tempo onde a morte foi tida como natural, mas o que parece é que nos distanciamos da morte e a tememos tanto quanto a própria vida. Esquecemos de refletir sobre a vida e negamos a morte, talvez seja por isso que sofremos tanto.

        Houve um tempo, em que nosso poder perante a morte era pequeno. E por isso, os homens e as mulheres dedicavam-se a ouvir a sua voz e podiam tornar-se sábios na arte de viver. Hoje, nosso poder aumento, a morte foi inimiga a ser derrotada, fomos possuídos pela fantasia onipotente de nos livrarmos do seu toque. Com isso, nos tornamos surdos as lições que ela pode nos ensinar. E, nos encontramos diante do perigo de que, quanto mais poderosos fomos perante ele (inutilmente, porque só podemos adiar...) mais tolos nos tornamos na arte de viver. E quando isso acontece, a morte que poderia ser conselheira sábia, transforma-se em inimiga que nos devora por detrás.Acho que para recuperar um pouco de sabedoria de viver, seria preciso que nos tornássemos discípulos e não inimigos da morte. mas para isso, seria preciso abrir espaços em nossas vidas para ouvir a sua voz. Seria preciso que voltássemos a ler os poetas.

Nabih Abou El Hosn (Belém/PA)






Envie este artigo para um amigo Imprimir este artigo Comentários




Voltar para a p�gina anterior