Para quem vive o cotidiano da Internet, como é o caso das empresas pontocom,
justificativas para investir nesse novo canal podem parecer estranhas.
Mas para as empresas tradicionais, já
com um bom tempo de mercado e de sobrevivência à crises e modismos, vale a
pena rever alguns pontos fundamentais que tornam a não presença na Internet
quase que uma não alternativa. Vejamos.
A Internet veio para ficar. A possibilidade das pessoas e empresas poderem se
comunicar, interagir e transacionar através da rede mundial de computadores é
uma das faces de uma mudança estrutural em nossa sociedade, uma mega-tendência
chamada ''Era da Informação'', onde cada vez mais, a informação
digitalizada, passa a ocupar um papel central em nossas interações sociais e
em nosso cotidiano.
Cada vez menos usamos papel e tinta
para se comunicar, e mais texto digitado no computador e enviado em segundos na
forma binária de zeros e uns. (lembra-se da última vez que você escreveu uma
carta e colocou no correio?) Cada vez menos usamos dinheiro para transacionar
mercadorias e sim informações de débito e crédito em nossas contas e cartões.
E vai por ai afora. O mundo está
mudando e não existe mais a possibilidade de voltar ao estado inicial. Uma
empresa que não compreender, se adaptar, e usar essas mudanças a seu favor,
corre o risco de se tornar sucata rapidamente, na esteira daquele ditado que
diz: ''A Internet é como um enorme trator com o seu rolo compressor assentando
o novo asfalto; ou você está em cima do trator ou...''
A Internet representa uma revolução
cultural também dentro das empresas. Ao romper barreiras geográficas e
temporais, a Internet possibilita aos funcionários e dirigentes trocarem dados,
informações, decisões e conhecimento de forma fantasticamente mais ágil,
entre si e também, com seus fornecedores, revendedores e clientes, criando uma
nova cultura digital.
Nessa nova cultura, fatores como a
distância e tempo tendem a ser cada vez menos relevantes. Apenas digitando
algumas teclas do computador pode-se mandar um boletim para milhões de clientes
espalhados pelo globo.
Se você necessita de um software
para o departamento de engenharia de sua empresa, pode comprá-lo de um
fornecedor situado no Índia e pagar, receber, instalar e começar a usar, sem
sair de sua cadeira.
Seu funcionário, ou mesmo você,
pode-se fazer aquele treinamento de sua casa no sábado a noite, de pijamas,
enquanto sua família assiste a TV na sala ao lado... as possibilidades são
ilimitadas. Ganhando-se tempo e agilidade nas interações, ganha-se melhor
desempenho, o que fatalmente vai refletir-se no resultado da empresa.
A Internet possibilita ganhos para
seu cliente, e se ele ganha. Desde que o homem começou a transacionar, passando
pelo surgimento do marketing, sabe-se que a longo prazo o que efetivamente
importa é o atendimento eficiente das necessidades do cliente.
Se ele está satisfeito, você tem um
negócio vencedor. Pois a tecnologia e as facilidades da Internet abrem um
importantíssimo canal de interação com seus clientes, atuais e futuros. Através
da Internet pode-se buscar novos clientes, pode-se conhecer melhor os hábitos e
comportamento de seu clientes atuais de forma até a antecipar suas
necessidades, pode-se fazer atendimento personalizado a centenas de milhares de
consumidores, naquilo que se chama customização em massa, (''Monte seu
computador, pela Internet, com a configuração que quiser e lhe entregaremos em
sua casa'').
Pode-se atendê-lo melhor (''Veja
aqui o andamento de seu pedido''). Enfim, pode-se gerar muito mais valor para o
cliente de forma mais fácil e econômica, o que, inclusive, é extremamente
saudável na medida em que possibilita às pequenas empresas uma disputa mais
equilibrada pelo mercado.
Estar online. Tudo isso, sem contar o fato
que estar na Internet, é estar 24 horas no ar, sete dias por semana, durante
todo o ano, como uma espécie de antena de alcance global. Pronta para trocar
informações, a um custo baixíssimo, com um mercado mundial crescente de mais
de meio bilhão de internautas pertencente às camadas de renda mais altas da
população.
Para finalizar, poderíamos dizer que a
questão colocada agora para as empresas já não é mais: investir ou não na
Internet. A questão é: que tipo de utilização será priorizada inicialmente
de forma a maximizar o retorno desse investimento.
Dailton Felipini
Catho
Dailton
Felipini é Mestre em Administração pela Fundação Getúlio Vargas.
Consultor e Professor de Planejamento e Gestão de Empresas pontocom na
Universidade Ibirapuera