Enfeitar árvores é um ritual antiquíssimo, presente
em praticamente todas as culturas e religiões pagãs, para celebrar a
fertilidade da natureza.
Os primeiros registros de sua adoção pelo cristianismo vêm do norte da Europa
(terra dos pinheiros, a árvore de Natal clássica), no começo do século XVI
– mas tudo indica que, a essa altura, já era uma tradição medieval. No
antigo calendário cristão, o dia 24 de dezembro era dedicado a Adão e Eva,
cuja história costumava ser reencenada nas igrejas.
‘’O paraíso era representado plasticamente por uma
árvores carregada de frutos, colocada no meio da cena teatral’’, afirma o
teólogo Fernando Altermeyer, da PUC-SP. As pessoas, então, passaram a montar
essas alegorias em suas casas, com árvores cada vez mais decoradas: de velas
(simbolizando a luz de Cristo), estrelas (alusão à estrela de Belém) e rosas
(em homenagem à Virgem Maria) até hóstias (pedindo perdão pelos pecado). Nos
séculos XVII e XVIII, o hábito se tornou tão popular entre os povos germânicos
que eles mesmos o creditaram a seu maior líder religioso, Martinho Lutero
(1483-1546), fundador do protestantismo. A árvore de Natal só se difundiu pelo
resto o planeta a partir de 1841, quando o príncipe Albert (1819-1861) –
esposo alemão da rainha Vitória – montou uma delas no palácio real britânico.
Na época o império vitoriano dominava mais de meio mundo e o costume logo se
tornou universal.
Fonte:
Super Interessante