Uma vez terminada a preparação passamos a instalação
que também deve ser convertida em cerimônia com a participação da família.
Geralmente as empresas levam a urna
até o velório e se retiram sem ao menos falar com a família.
Estes dois passos, o retirar o corpo do lugar de
falecimento e a instalação do velório que atualmente são passados por alto e
realizados rotineiramente sem nenhuma cerimônia, são a base para que os
familiares troquem ou deixem em nossas mãos o resto do trabalho, que deve ser
preparar os presentes para a cerimônia final. Se estas cerimônias são
realizadas corretamente, ressaltam o nosso procedimento e nos dão importância,
mudando a nossa imagem ante a sociedade, levando-nos a ter
poder de decidir pelas famílias, o que sem dúvida alguma é de nossa
conveniência.
Durante o velório a atenção aos presentes se divide
em dois grupos, uma dirigida aos familiares diretos e outra aos visitantes,
sendo que estes últimos são os nossos futuros clientes e por esse motivo temos
que nos esforçar para mostrar a dedicação da empresa, o que com a ajuda dos
comentários da família, não há dúvida que no momento de uma desgraça nos
terão presente.
O momento culminante onde devemos colocar todos os
nossos esforços é a cerimônia final, quando se fecha a urna. Nós devemos dar
a família uma boa recordação, não pela situação que estão vivendo mas sim
pelas honras fúnebres que estamos prestando. Quando ocorre o falecimento de uma
personalidade famosa, comenta-se mais sobre as cerimônias realizadas do que
sobre a pessoa falecida. Para nós cada cliente é uma personalidade famosa.
Quero gravar nas suas mentes a importância das
cerimônias, que não são gastos a
mais, mas sim investimentos no futuro da nossa profissão.
Devemos ter um responsável pela cerimônia (Oficial de
Cerimônial) que se ocupará de decidir
que tipo de cerimônia se realizará, tirando suas conclusões pela planilha de
dados que preenchemos na contratação de serviço juntamente com a família, a
causa do falecimento, a idade do falecido e etc., sendo que este Oficial de Cerimônial
deve estar capacitado para tomar as decisões necessárias. Saber o que
corresponde em cada caso desde o presidente do país, os ministros, militares,
até chegarem a um cidadão comum, o qual é nosso maior motivo de
preocupação, porque ninguém lhe rende homenagem.
Fico aborrecido quando pergunto, por exemplo, que
homenagens corresponde a um militar? Geralmente me respondem corretamente, mas
pergunto – E a uma pessoa sem nenhuma graduação? Me respondem nenhuma
homenagem. Esse grave erro nos está fazendo desaparecer.
São estas cerimônias que sofrem influência de nossos
antepassados e que inconscientemente levam as pessoas a esperar uma homenagem
nossa.
Ricardo
Péculo
Este
artigo encerra-se na próxima semana com o subtítulo ''Fechamento
de Urna e Cortejo Fúnebre''