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   Ritos Fúnebres - Parte II

        Com os principais conhecimentos das origens de alguns ritos funerários, explicados no 1º artigo, entraremos na parte que nos interessa relacionado a atualidade.

        Quero insistir na tomada de consciência nos fundamentos de nossa profissão, que geralmente se limita ao translado de pessoas falecidas sem incrementar nenhum Rito Funeral e na maioria dos casos, quando se pratica algum, estes são solicitados pelos familiares, fato este que devemos reverter.

        Por que isto ocorre?

        Creio que por falta de conhecimento do porque das coisas, um grande segmento dos atuais proprietários de funerárias herdaram as empresas e não a profissão. O trabalho que deve ser realizado diante da morte de uma pessoa é muito, e somos nós que devemos assessorar as providências a serem tomadas e não como ocorre hoje, quando apenas vendemos a urna e transportamos ao cemitério.

        Escuto proprietários e funcionários de funerárias dizer ‘’se levarem para o cemitério melhor’’, ‘’se não velarem melhor’’, o que na realidade está anulando a essência do nosso existir, porque velar ou levar ao cemitério qualquer um pode fazê-lo, porém render as honras merecidas, realizar uma cerimônia fúnebre só pode ser feito por pessoas idôneas e competentes na função.

        É assim no Brasil como em outras partes do mundo, tudo supervisionado e regulamentado pela municipalidade, o que não é mal, porém me pergunto, onde está o profissional que deve realizar as cerimônias? Porque os familiares desejam que seja uma pessoa capacitada, como ocorre nas outras cerimônias das religiões, como casamento, batizado, etc. Não temos conhecimento de que nenhuma municipalidade regulamente os casamentos ou os batizados.

        Nós e nossos antepassados não soubemos manter o mito de nossa profissão que nasceu ao lado da igreja, pois antigamente, eram os representantes de cada religião que se ocupavam do trabalho de sepultar seus mortos. Assim sendo, a sociedade atual teria que nos ver com a mesma imagem e importância que tem um sacerdote, porém nada está mais longe da realidade, por isso creio e luto para mudar essa mentalidade por uma mais profissional e em cada empresa que capacito, vejo os resultados que no final repercutem no bom desempenho financeiro. Em cada palestra sinto que todos os presentes me dão razão, porém lhes custa incorporar em suas empresas os Ritos Funerários. Devemos reconhecer que isto representa mais trabalho, porém é a base para que nossa empresa sobreviva a globalização. Só nós poderemos saber o que fazer em caso de falecimento e podemos ficar tranqüilos que qualquer sistema de comercialização pode ser criado, porém nós estaremos presentes. Devemos conseguir que o público em geral reclame por nós, que não se conceba a realização de uma cerimônia fúnebre sem a nossa presença, que não dê no mesmo que os Ritos Funerais e as Honras Fúnebres sejam realizados por nós ou por qualquer um.

        Para isso é fundamental mudar, primeiro a nossa mentalidade, e segundo a nossa imagem perante a sociedade. Devemos capacitar o nosso pessoal, para que não seja simplesmente um empregado mas parte de um ritual, tornando bem conhecida a frase que diz: ‘’Nossa profissão é um sacerdócio.’’

        Retomando o princípio de que temos um pequeno conhecimento da origens e porque devemos manter os Ritos, só nos resta adapta-los a atualidade, aos costumes do lugar e a solicitação de nosso público.

                    Ricardo Péculo

Este artigo continua na próxima semana com o subtítulo:

Cada família uma particularidade

 

 







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