Neste primeiro artigo de divulgação que o FOL me permitiu desenvolver,
quero começar por explicar que desde os tempos imemoráveis, há 50 mil anos
que existe os Ritos Fúnebres até chegar a atualidade, todos os rituais
funerários que hoje se praticam estão baseado em crenças e costumes dos tempos
primitivos. Todos temos incorporados no subconsciente estes Ritos e Costumes que
a modernização foi transformando.
O que desejo expressar é que não devemos permitir a extinção destes ritos
porque isso levaria ao desaparecimento de nossa profissão.
Se devemos contribuir para a atualização e modernização dos cortejos
fúnebres como velórios e atenção ao cliente, não devemos deixar de lado as
origens das Pompas Fúnebres, motivo fundamental para que nossos clientes
solicite nossa assessoria. Para isso é essencial que compreendamos as origens
e
nos transportemos para a época de cada acontecimento para possamos adapta-lo
aos tempos atuais.
Os Ritos Fúnebres estão dividido em
duas grandes épocas, a primeira
baseada no temor, onde todos os riscos estavam vinculados a crença de que se
estas cerimônias não agradassem aos defuntos estes ficariam na terra e não
poderiam descansar na eternidade. A segunda baseada no sentimento de que todos os ritos e cerimônias eram para
honrar o ente querido.
Já o Homosapiens (homem primitivo) realizava dois ritos, a inumação e a
cremação como na atualidade.
Com o transcorrer dos tempos as antigas civilizações mantiveram os ritos
porém começaram a realizar cerimônias nas inumações com a crença de que
estas cerimônias agradariam ao morto e contribuiriam para a sua ida para o
céu, acreditavam que se a cerimônia não agradasse ao defunto ele se vingaria
mantendo-se entre os vivos, por isso as cerimônias se tornaram cada vez maiores
dando origem as Pompas Fúnebres.
Os corpos eram cobertos por flores e os cortejos fúnebres e os velórios
foram guarnecidos com tochas que depois foram substituídas por grandes velas,
pois a crença era que a fumaça que se desprende da tocha ou da vela serviria como guia
para que a alma fosse para o céu e que os espíritos reinavam nas
trevas, e que mantendo o lugar bem iluminado era um obstáculo a mais para
que os espíritos caíssem.
Devemos observar que a origem da palavra
funerária vem do latim - funus que significa tocha.
Durante o cortejo até os cemitérios, que
ficavam sempre em lugares longínquos,
com caminhos sinuosos e escarpados para dificultar o regresso do finado, essas velas
levadas pelos familiares e amigos acompanhavam toda a trajetória. Se durante o cortejo fúnebre algumas das velas se apagavam era pressagio
de má sorte, por esse motivo os cortejos se realizavam numa marcha muito lenta,
rito este incorporado a atualidade.
Foram os ritos usados nas antigas civilizações que
estabeleceram a ordem dos funerais e que mudaram segundo as crenças
costumes e religiões.
Um rito das primitivas civilizações era fazer com que o corpo fosse cremado
e sepultado. Em outros lugares se armava uma plataforma sobre a árvore mais
alta e se depositava o corpo para que o sol o curtisse e em seguida sendo o mesmo
sepultado. Em todos os estudos realizados foi comprovado que os defuntos desde
esta época eram acompanhados por flores.
Também em comunidade mais avançada começaram a utilizar-se de ataúdes de
junco e logo depois de madeira. A tampa do mesmo era pregada e atada sendo
que a utilização destas caixas era evitar que o corpo saísse, e por isso
mesmo colocavam muitas pedras sobre o túmulo ou uma única grande pedra onde
escreviam mensagens para o defunto, porém todas com sentimento de desculpas. Na
atualidade as mensagens são menores porque mudou o conceito e a crença, como
veremos mais adiante.
Esta etapa dos ritos fúnebres se apoiava na crença de que os defuntos
continuavam vivendo no céu, ou na terra como maus espíritos, comprovando que o
ser humano sempre acreditou na vida após a morte, sendo que o que mudou nas
civilizações e religiões é o modo de vida após a morte.
A outra crença totalmente oposto é que
as pessoas após a morte, gozavam
de uma vida paradisíaca onde todos iam para o céu dando início a uma segunda
etapa nos ritos fúnebres onde se começa a honrar os mortos como na China,
Japão e Egito.
São os egípcios que desenvolvem esta última crença utilizando ataúdes
munidos de equipamentos para o bem estar do defunto, são eles que implementam
as primeiras técnicas de conservação do corpo crendo que se o corpo se
mantivessem depois de morto conseguiria viver eternamente, resultando no
descobrimento da arte de embalsamar a mais de 6.000 anos originando-se as
conhecidas múmias.
Primeiramente extraia-se o cérebro e as vísceras do cadáver que era então
lavado com vinho de palma e depois submerso durante 60 dias em uma solução
salina chamada Natrón. O corpo se convertia em múmia, contraindo-se ao ponto
da pele escura e dura não cobrir nada mais senão o esqueleto. Colocava-se
então mirra e outros produtos, enrolava-se em ataduras e se recobria de uma
massa branca que se endurecia rapidamente. Colocava-se então dentro do ataúde
acompanhado de amuletos para protege-lo na viagem. O escarelho estava sempre
presente entre eles porque ele tinha uma bola de estrume que para os egípcios
era o símbolo solar. Este amuleto se converteu no símbolo da ressurreição
dos mortos.
Os ataúdes eram pintados com uma imagem ou retrato similar ao defunto e
adornado com fórmulas na língua hieroglífica que ajudavam os defuntos no
além. Estas caixas eram colocadas uma dentro da outra e se o personagem era
importante as mesmas eram fechadas num sarcófago de pedra.
Por último levava-se o cadáver para a sua inumação enquanto os membros da
família choravam e entoavam cantos fúnebres.
Nos cortejos levavam-se também velas, tochas e ramos de oliveira que
simbolizavam a ressurreição. Depois oferecia-se um banquete na casa do defunto
onde se vestiam adequadamente colocando colares funerários e realizando-se
ritos especiais, difundindo-se a crença de que depois de morrer se desfrutava
uma vida eterna em um Egito celestial e perfeito.
As inumações se realizavam em tumbas piramidais majestosas, sendo que as
mais antigas eram escalonadas, depois se construíam com as paredes lisas.
As pirâmides foram construídas segundo os vários requisitos como passagens
e desvios para dificultarem o acesso as câmaras mortuárias.
Como os deuses precisavam saber se o morto era digno de ir para o reino
celestial, nas tumbas reais pintavam-se cenas dos deuses e do além, colocavam-se jóias, armas, comidas, roupas, ferramentas e estátuas de
escravos, com a crença de que uma vez terminada a tumba o proprietário morria
e por esse motivo sempre se juntavam mais pinturas terminando por ser tumbas
mais que majestosas.
As pirâmides e as mumificações eram muito custosos pelo que só tinham
possibilidades os mais ricos, para o resto da população, se utilizavam
diferentes lugares e formas de inumação, como covas, vasilhas e árvores
entalhadas porém mantendo-se os ritos de ser acompanhado pelos seus pertences.
Palavras do nosso
vocabulário relacionadas com o tema:
Rito = é a ordem estabelecida para as cerimônias de uma religião
Cerimônia = expressão externa de um culto ou religião
Pompa = significa acompanhamento solene e suntuoso
Ricardo A. Péculo
www.eqepd.com/rpeculo