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   Índios Tupinambá

Costumes dos Índios Tupinambá

Os Tupinambá, grupo tribal da língua Tupi, que ocupou as costas e parte interior do Brasil, na época do descobrimento e dos primeiros anos da colonização, acreditam que os mortos eram mediadores entre vivos e ancestrais. Entretanto, a viagem para o local onde residiam tais espíritos ( Guajupiá ) era altamente perigosa, razão pela qual era muito arriscado para um vivo viajar só, por territórios desconhecidos.

Ritual

Quando um Tupinambá morria na guerra, era necessário que os membros de sua comunidade aprisionassem um homem do bando que matou, par sacrificá-lo ritualmente e depois o incorporassem definitivamente à aldeia dos mortos através de uma comunhão antropofágica. Desta forma o morto era substituído ritualmente por um homem do grupo inimigo e depois simbolicamente incorporado no seio de sua comunidade por meio da comunhão. Essa idéia cosmológica talvez tenha sido o fator das constantes guerras entre esses índios e outras tribos.

Explica Florestan Fernandes que os ritos funerários dos Tupinambá possuíam uma finalidade bem clara: “restabelecer o equilíbrio do sistema de relações sociais por meio da exclusão do membro falecido e da atribuição de um novo status ao morto, na sociedade dos ancestrais”.

Sepultamento

Com relação ao sepultamento, verifica-se que tinham uma pressa extrema de enterrar o defunto. “Logo que supunham o indivíduo morto, corriam a preparar os funerais. Acontecia-lhes até amortalhar pessoas que ainda não tinham soltado o último suspiro”.

Incumbia ao marido ou ao parente mais próximo, tanto transportar o cadáver ao local onde o mesmo tinha de ser amortalhado, como preparar a sepultura do falecido. Junto ao morto enterravam-se suas armas e utensílios, bem como todos os objetos que lhe pertenceram em vida. Se alguém possuísse alguma coisa pertencente ao falecido, deveria guardá-la e restituí-la à vista de todos, para que a mesma fosse sepultada com o mesmo, sob pena de ser molestado pela alma do defunto. Por outro lado, todos os presentes recebidos pelo falecido, eram restituídos aos antigos proprietários.

A sepultura é frequentemente visitada perguntando-se ao morto, em lamento, se ele ainda não teria partido. O luto durava, no mínimo, uma lua.






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