Ao remexer nos armários da capela do pátio do Colégio,
berço da cidade de São Paulo, o padre César Augusto dos
Santos teve um sobressalto. Diretor de Desenvolvimento e Projetos Culturais do
Pátio, o jesuíta separava peças para
restauração quando deparou com algo inesperado. Num baú,
descobriu ossos envoltos em seda, um a um. Etiquetas indicavam a procedência: seriam de José de Anchieta, o jesuíta que
catequizou os índios no Brasil do século XVI, costumava escrever
poemas na areia das praias e foi beatificado pelo Vaticano em 1980. Na
dúvida, o padre César negocia com a Universidade de São
Paulo um exame de DNA para comprovar a origem do material. A idéia
não é descabida. Os ossos serão comparados geneticamente ao
fêmur enviado por Roma com o certificado que o autentica como
relíquia, já exposto na igreja.
Os ossos encontrados ficarão guardados a espera do resultado do exame.
Se verdadeiros ganharam um lugar de destaque na capela.
Revista Época